Fonte: A notícia abaixo foi divulgada por email pela Transpática. A manchete acima é deste blog.
Decisão dos EUA de permitir entrada de soropositivos pode ser ponto de partida para outras conquistas, avaliam ativistas brasileiros 04/01/2010 - 18h25
Ter passaporte e sorologia negativa para HIV. Até domingo (3) estas eram algumas condições que poderiam ser exigidas para um estrangeiro entrar nos EUA. Porém, a partir de hoje, dia 4, a presença do vírus da aids no organismo não pode mais impedir alguém de ingressar no país norte-americano, de acordo com lei local definida em outubro do ano passado. Para dois ativistas ouvidos pela Agência de Notícias da Aids, a mudança pode ser o ponto de partida para outras conquistas.
“As decisões dos EUA sempre influenciam os demais países. Pode ser que a proibição ou algumas barreiras que existem para a entrada de pessoas com HIV em outros locais também terminem”, disse o presidente do Grupo Pela Vidda/SP, Mário Scheffer. Segundo ele, o momento é propício para que o governo brasileiro e a sociedade civil se unam por essa causa.
De acordo com Scheffer, um dos motivos da decisão do presidente Barack Obama é o desgaste da imagem dos EUA diante de outros países caso a proibição da entrada de soropositivos estrangeiros se mantivesse. ”Uma pena que a decisão veio tão tarde, mas é um avanço”, completou.
Para a advogada e coordenadora do Gapa (Grupo de Apoio à Prevenção à Aids) de São Paulo, Áurea Abbade, a mudança beneficia não só as pessoas com HIV, mas contribui, de forma mais ampla, com a dignidade humana. “O fim da discriminação a soropositivos pode impedir que outras pessoas também sejam discriminadas, independente do motivo.” Áu rea acredita que a mudança na lei dos EUA ocorreu por pressão da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Brasil liderou movimento contra proibição
Durante encontro promovido em 2008 pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (UNAIDS), na Genebra, o Brasil foi escolhido para liderar o processo na OMS (Organização Mundial da Saúde) para acabar com as dificuldades e impedimentos imigratórios por causa do HIV.
”A aids não é uma doença que se transmite pelo ar. Portanto, não há motivos para que as restrições existam”, disse na época a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Mariângela Simão.
O Brasil também apresentou sua experiência na área de imigração e HIV/aids durante a XVII Conferência Internacional de Aids, no México. “O País não é invadido por estrangeiros, mesmo quando as nações vizinhas não garantem acesso aos antirretrovirais ”, informou Mariângela (saiba mais).
Nos EUA, a lei que impedia a entrada de estrangeiros com o vírus da aids vigorou por 22 anos. Ela foi anulada em outubro, mas as mudanças começaram a valer somente hoje.
Atualmente, segundo informações da agência de notícias EFE, pelo menos 57 países e territórios mantêm alguma forma de restrição ou impedem a entrada e residência de pessoas infectadas com HIV.
Grupo de Apoio a Portadores de Hepatites e Transplantados de Fígado. Suas ações são sobre a forma de voluntariado. Os recursos materiais são provenientes de campanhas e doações. Sua denominação deve-se a confiança e a fé de que podemos construir uma sociedade mais justa, exercendo a cidadania através do controle social. Lutamos para que o governo assuma a sua responsabilidade constitucional, que é de assegurar e promover a saúde da população.