sábado, 21 de abril de 2007

Dá pra ser feliz... apesar do medo.

As regras não são respeitadas pelos planos de saúde e dificultam na hora de definir o tratamento de doenças.

Ministro, médico e paciente
por Rogério Tuma

O Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os médicos e os hospitais deveriam acordar para um sério problema que freqüentemente vai parar na Justiça: a cobertura dos planos de saúde. Mas as pendências poderiam ser evitadas, caso reinasse o espírito que norteia a verdadeira medicina.É claro que todos nós sabemos dos superlativos gastos da medicina. Mas em um período em que termos como produtividade e lucro se misturam com benemerência, vida e respeito, a responsabilidade de todos nós como médicos e mais ainda como cidadãos é defender o direito à vida e o acesso universal às técnicas que a medicina moderna pode oferecer.É por isso que, em março, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deixou claro na pessoa do ministro Carlos Alberto Menezes que “não parece razoável que se exclua determinada opção terapêutica se a doença está agasalhada no contrato.” E continua: “Isso quer dizer que o plano de saúde pode estabelecer quais doenças estão sendo cobertas, mas não que tipo de tratamento está especificado para a respectiva cura”.Na velocidade em que se evolui o tratamento médico, um dia depois de o consumidor assinar o contrato poderá surgir uma nova opção terapêutica para a doença que, por ventura, o mesmo adquirir. O que fazer então? Muitos de nós, profissionais, fomos treinados no tempo do raio X. O ultra-som, a ressonância, o PET scan são tecnologias novas, que não foram sequer imaginadas quando assinamos nossos contratos com os planos de saúde, nem pelo cliente nem pelo plano. É por isso que existe um reajuste anual na taxa a ser paga. Porém, em geral não existe uma cláusula de inclusão de novas doenças, tratamentos ou tecnologias, que seja favorável ao cliente nesses contratos.Fez muita justiça o STJ ao enxergar isso e deixar clara a correção desse desequilíbrio na relação cliente e fornecedor.O STJ também explicitou que o médico é quem deve escolher o tratamento. “É preciso ficar bem claro que o médico, e não o plano de saúde, é responsável pela orientação terapêutica. Entender de modo diverso põe em risco a vida do consumidor.”Mas como na medicina quase toda solução gera um problema, é preciso ficar claro que um tipo especial de cliente continua desamparado. São os pacientes que possuem doenças novas, cujo tratamento ainda é experimental. Há ainda aqueles cujo tratamento não é mais experimental, mas não consta na relação da Anvisa.Para o último caso, temos um problema claro que nasceu de uma solução publicada em 11 de abril, pelo Journal of American Medical Association (Jama), coordenado pelo dr. Julio Voltarelli, da Escola de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.Um brilhante grupo de cientistas brasileiros acaba de publicar um trabalho que aponta para novo tratamento. Ao que tudo indica, será extremamente eficaz para o diabetes mellitus tipo I. Essa doença é uma das que mais consomem recursos dos sistemas de saúde. Um diabético, durante a sua vida, gasta centenas de milhares de reais com o tratamento e deixa de produzir outras centenas de milhares pelas seqüelas que a doença avançada pode ocasionar.O tratamento proposto, o transplante de medula óssea autóloga, não é experimental. A inovação foi aplicá-lo para uma doença que, recentemente passou a ser considerada auto-imune por uma falha do sistema imunológico do próprio organismo. O corpo passa a atacar a célula do pâncreas que produz a insulina, tornando o indivíduo diabético. Se a técnica do transplante não é experimental, o tratamento do diabetes é?Muito bem, o problema criado é ainda maior se considerarmos ou não o tratamento como experimental. O Ministério da Saúde publicou, em maio de 2006, uma portaria que regulamenta o transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (lê-se transplante de medula óssea). Essa regulamentação faz uma míope lista de indicações ao procedimento que excluiu o uso cada vez mais comum para tratamento de doenças auto-imunes. Uma relação de sugestões de novos usos para o procedimento deverá ser apresentada ao Ministério da Saúde. A previsão é de que a resposta saia em quatro semanas.O que os convênios costumam fazer é utilizar a lista publicada para aprovar ou negar um tratamento. Pecam o Ministério e a Anvisa em não deixar claro que a lista de opções tem fim específico e não poderia ser utilizada dessa maneira. Deveriam deixar isso claro colocando um artigo em todas as portarias para impedir essa manobra. Os convênios fazem isso para negar reembolso, por exemplo, de simples meningites virais, que podem não ser cobertas por um convênio se existir cláusula de que não há cobertura de doenças que necessitam de comunicação obrigatória ao Ministério da Saúde.O outro monstruoso problema é que os hospitais que estão entre a observância da Vigilância Sanitária e o papel de servir as fontes pagadoras acabam dificultando o acesso dos pacientes às novas terapêuticas, provocando uma enxurrada de ações na Justiça, que quase invariavelmente dá ganho de causa ao paciente.Já que o Poder Judiciário avalia o risco de morte em não instituir um tratamento para suas deliberações, e que hoje em dia são poucas as doenças que necessitam internação por motivo outro que não o risco de morte, fica fácil entender que a negativa do hospital é ineficaz. O hospital então, e não o seguro, arca com o prejuízo.Nós, brasileiros, demos um grande passo para a cura de uma doença que aflige o mundo todo. Se esse tratamento der certo, haverá até um crescimento mundial da economia por tornarmos milhões de cidadãos produtivos por mais tempo. Haverá impacto na expectativa de vida e nos índices de qualidade de vida, mas isso só ocorrerá se o Ministério da Saúde conseguir evitar os artifícios que os planos utilizam para culpá-lo por não oferecer uma opção terapêutica.O Ministério da Saúde e a Anvisa precisam se posicionar em relação àqueles que usaram indevidamente as suas portarias e recomendações.Nós, médicos, seja de beira do leito ou administradores, acima de tudo temos de lembrar do nosso compromisso com o paciente e sua família e lutar incansavelmente pela saúde física e mental de quem depende de nós. Jamais podemos esquecer que não só o direito, mas também a responsabilidade de indicar um tratamento, é do médico. Como cidadãos temos de lutar pela universalização dos tratamentos e pelo princípio da igualdade para que todos possam receber o melhor e sem preconceito.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Campanha do dia 14 em Mangabeira Levou Informação e Realizou Testes para Hepatite C na População






Campanha na Praça em frente a Igreja Cristo Rei em Mangabeira ocupou toda a manhã do sábado daquele populoso bairro.


Como previsto, foi bem sucedida a campanha promovida pelo Grupo Confiantes no Futuro, que trabalha com portadores de hepatites e transplantados de fígado. A parceria com a Prefeitura de João Pessoa demonstrou mais uma vez que é possível e importante trabalhar em conjunto ( sociedade civil e poder público) quando se objetiva a educação e a promoção de melhor qualidade de saúde à população.

O lema da campanha foi : Informação é um Santo Remédio para Conter a Hepatite

Como nas anteriores, a população atendeu muito bem ao chamado daqueles que alí se encontravam para orientá-la.

Foram testadas 163 pessoas através de testes rápidos para o Anti-HCV. Além de distribuidos milhares de folhetos explicativos sobre as hepatites, especialmente a Hepatite B e C, assim como uma ação direta de discussão e educação com os voluntários que alí se encontravam.

Cada indivíduo testado recebeu um kit com uma camiseta alusiva à campanha, material informativo, preservativo e um Boletim especialmente preparado pela ONG sobre a campanha.
Estiveram presentes na realizaçào dos testes 2 médicos: Dra. Fátima Duques de Amorim, gastroenterologista e Dr. Pedro Duques de Amorim, gastro-hepatologista, além de técnicos de enfermagem da secretaria de saude municipal.
Os resultados foram encaminhados ao Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do município que funciona no antigo Lactário da Torre na Av. Rui Barbosa. Os resultados estarão disponíveis à partir da terça feira naquele endereço.

terça-feira, 10 de abril de 2007

DIA 14 DE ABRIL O GRUPO CONFIANTES NO FUTURO REALIZA CAMPANHA DE DIVULGAÇÃO DAS HEPATITES NO BAIRRO DE MANGABEIRA

Sábado Dia 14 de Abril Uma Equipe de Médicos, Auxiliares de Enfermagem e Voluntários do Grupo Confiantes no Futuro Estarão Realizando Campanha de Esclarecimento Sobre os Modos de Transmissão das Hepatites no Bairro de Mangabeira.

Numa parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa o Grupo Confiantes no Futuro estará realizando mais uma campanha educativa de esclarecimento à população do Bairro de Mangabeira. Na ocasião serão realizados 150 testes rápidos de diagnóstico de hepatites na população. Estes testes serão efetuados no local da campanha. Será colhida uma gota de sangue da polpa digital de cada pessoa e o teste será efetuado no próprio local da campanha por uma equipe de médicos e auxiliares de enfermagem. Os resultados serão encaminhados à Secretaria de Saude do Município de João Pessoa que divulgará seus resultados pessoalmente no dia 17 de abril (terça feira) no Centro de Testagem e Aconselhamento que funciona no Antigo Lactário da Torre na Avenida Rui Barbosa. Os casos porventura positivos serão encaminhados para exames de confirmação e consulta com médico hepatologista. Se houver confirmação da doença o médico especialista avaliará aqueles que tenham indicação de tratamento e procederá a solicitação de medicamentos para tal, uma vez que este tratamento é gratuito e somente realizado no serviço público.
A Campanha Tem Como Objetivo Principal Conscientizar a População Sobre as Maneiras de Transmissão das Hepatites B e C Para que Possam se Defender Destas Doenças que São Silenciosas.
A maior arma que as pessoas dispõem para evitar e para saber se é portador das Hepatites B e C é entender a doença, como ela se transmite e ter conhecimento das situações em que poderão ter contraido a doença sem saber.
No dia Campanha serão distribuidos panfletos explicativos e os voluntários estarão conversando e explicando tudo isto com a população.
Além disto eles estarão indicando os postos de saude e os Centros de Testagem e Aconselhamento da Rede Pública ( CTA) que poderão ser procurados para consultas médicas.
As Hepatites B e C são doenças provocadas pelos Virus chamados B e C que se alojam no fígado causam inflamação que não é percebida e podem levar complicações sérias como a Cirrose Hepática e ao Câncer de Fígado.
Cada uma é diferente da outra. São portanto duas doenças distintas que podem causar o mesmo dano ao fígado. As duas se transmitem pelo contato com o sangue de pessoas portadoras do vírus. Porém é importante saber como cada uma é mais facilmente transmitida. Existem diferenças que é preciso aprender para não pegar, para não transmitir a outra pessoa e para saber se já passou por uma situação de risco de pegar a doença.
Quem já passou por uma situação de risco de pegar a doença precisa ser testado o quanto antes.
Os testes utilizados nesta Campanha servem para fazer o diagnostico inicial da Hepatite C. Como é impossível fazer o teste em todas as pessoas, nesta campanha será dada preferência a quem se enquadrar em qualquer situação de risco de ter hepatite C. A pessoa com a ajuda de um voluntário preencherá um formulario com algumas perguntas sem que precise se identificar. Se enquadrando numa necessidade de ser testada, será submetida ao teste e só então precisará se identificar para receber o resultado no dia 17 no CTA do Lactário da Torre.
Os Testes e Quem Deverá Ser Testado
Os testes são feitos com uma gota de sangue após ser dada uma picada com agulha na polpa do dedo. Não há perigo de contaminação porque as agulhas e o material usado nos testes são individuais e descartáveis.
Os testes são uma demonstração de que é facil e seguro ser testado para hepatite. As pessoas deverão conversarcom seus familiares e amigos sobre o que aprenderam na campanha para que outros se beneficiem com as informações.
Ao lado voce encontrará respostas para as situações de risco e sobre quem deve ser testado.
Quando Acabarem os 150 Testes desta Campanha Quem Precisava ser Testado e Não Foi Como Fará?
Ao acabar os 150 testes que foram doados para o Grupo Confiantes no Futuro por uma empresa parceira para esta Campanha, as pessoas que desejarem ser testadas serão estimuladas a procurar um serviço médico público gratuito para que possam realizar seu teste e serem orientadas por um profissional da área de saúde.
Só Terá Esta Campanha Para Hepatite? Quando Ocorrerão Outras Campanhas?
Não! O Grupo Confiantes no Futuro realiza várias campanhas durante o ano com a finalidade de lutar para que possamos eliminar se possível as hepatites alertando e ensinando as pessoas como se defenderem e como procurar o tratamento para aqueles que descobrem serem portadores da doença.
Em maio por exemplo, teremos o dia Internacional de Combate às Hepatites e o Grupo fará nova Campanha junto à população de João Pessoa na Orla Marítma de Tambaú (Busto de Tamandaré) e no Centro da Cidade na Lagoa.
O que é o Grupo Confiantes no Futuro?
O Grupo Confiantes no Futuro é uma Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, sem natureza política ou religiosa, que atua na defesa do interesse dos portadores de hepatites e transplantados de Fígado e da população em geral no que diz respeito à cosncientização sobre estas enfermidades.
É formado por pessoas voluntárias, abnegadas, que não ganham dinheiro para realizar este trabalho e que dedicam parte do seu tempo a ajudar outras pessoas e a população a combater as hepatites, por serem estas doenças que tem tratamento, que podem ser evitadas e que quanto mais cedo são descobertas maiores são as chances de cura e menores as chances de complicações como a cirrose , o cancer de fígado e o número de pessoas mortas ou incapacitadas pelas doenças.
Faz parte do grupo portadores de hepatite, ex portadores, familiares de portadores e está aberto a quem quer que queira dedicar parte do seu tempo a este trabalho.
No Grupo há uma reuniào mensal a cada segunda terça feira de cada mes às 19 horas no Auditório Dom Helder Câmara na Rua Silvio Almeida número 620, no bairro Expedicionários.
Nesta reunião se troca ideias, experiencias sobre a doença, se ouve palestras de interesse dos portadores de hepatite e se planeja ações que são coordenadas pela diretoria eleita pelo grupo.
Entre outras coisas se estabelece um clima de apoio mútuo que ajuda a superar a doença.
No andar térreo do mesmo endereço é a sede fixa do Grupo.
Ele desenvolve suas ações através de parcerias com órgãos públicos ou privados, escolas, associações, empresas etc.
Qual a Relação do Grupo com a Prefeitura de João Pessoa?
Como já foi dito o Grupo tem parceiros que fazem doações, tem parceiros que ajudam com o trabalho ou a confecção de materias para as suas atividades, e tem parceiros que possuem interesse comum, que é o de enxergar que alertar a populaçào com o esclarecimento, contimua sendo o melhor remédio para se tratar e erradicar as hepatites.
A Secretaria de Saude da Prefeitura Municipal de João Pessoa tem tido a sensibilidade e enxergado a importância destas ações para a população do município e com esta já é a quarta Campanha que desenvolvemos com a sua parceria.
Qualquer Escola, Empresa, Igreja, Prefeitura, Associação poderá solicitar uma parceria com o Grupo?
Pode e deve. Esta é uma forma eficaz e simples de cuidar da saude da sua comunidade. O Grupo é aberto a qualquer tipo de parceria que tenha como objetivo reduzir o número de casos novos de hepatites em nosso estado.
Nosso endereço e telefone encontram-se neste site.

sábado, 7 de abril de 2007

Comissão da ONG entregou em mãos uma Carta Aberta ao governador Cássio da Cunha Lima, então candidato ao segundo mandato ao governo do estado.

Aguarda-se que o sr. Secretário de Saude Dr. Geraldo Almeida retire do marasmo e do caos a situação das hepatites no estado da Paraíba.

Uma comissão da ONG Confiantes no Futuro de Apoio aos portadores de Hapatites e Transplantados de Fígado entregou na data (30/08/06), uma carta aberta a todos os candidatos ao governo do estado da Paraíba. Nela estavam contidas as principais problemáticas e anseios dos portadores quanto a criação de uma política eficaz para abordar de frente este grave problema que ceifa a vida de muitos no nosso estado. À época o governador eleito Cássio da Cunha Lima se comprometeu a implementar junto à secretaria de saude do seu governo ações efetivas e destinação de verba orçamentária para tal.

( Leia na íntegra a notícia e a documentação fotográfica clicando no título desta postagem)

MAS...



Até o momento o Comitê Estadual de Hepatites, instância estadual que deveria funcionar como órgão técnico-assesor junto à Coordenação Estadual de Hepatites da Secretaria Estadual de Saude sequer foi convocado para uma reunião de posse.
Este Comitê deveria auxiliar a traçar e aplicar uma política para o estado da Paraíba no tocante às hepatites. O problema não abrange unicamente o município de João Pessoa e sim todos os municípios do estado. Este comite junto com a coordenação de Hepatites da Secretária Estadual de Saúde é fundamental para que se trace uma política de Prevenção - Diagnóstico e Tratamento, como determinada pelo Programa Nacional de Hepatites Virais - do Ministério da Saude (PNHV/MS).
O Comitê mesmo sendo tardiamente criado pelo predessessor do atual Secretário, foi extinto e recriado por um ato seu ao assumir o cargo na gestão passada. Sendo reconduzido ao cargo que ocupa neste segundo mandato do governador Cássio, até o momento nào esboçou qualquer interesse em reuní-lo.
A única medida tomada, que nós tenhamos conhecimento, foi a expediçào de inumeras portarias, com uma infinidade de membros, (não há estado brasileiro com um comite tão imenso) , em que pese até o momento sua existencia ser fictícia e não haver saido do papel.

Talvez

Este talvez seja um termômetro de a quantas anda a preocupação com os portadores de hepatite e com aqueles que só saberão ser portadores quando suas doenças encontrarem-se em estado avançado. Quem sabe com cirrose, água na barriga (ascite), vomitando sangue ou com cancer de fígado.


Será que o médico e secretário de saude desconhece os problemas dos doentes do fígado e dos portadores de hepatites?


Certamente não, pois este atuava na área de cirurgia do aparelho digestivo e chegou a atuar na área de transplante hepático, antes de entrar para a política. Não se negue que sempre foi um cirurgião preparado e competente no trato com a saúde individual. Mas presentemente está secretário de saúde de um estado pobre e sem saúde. Há de buscar soluções para a saúde coletiva, pois se espera que seja o princiapl soldado dela no território paraibano!


Dele aguardamos o devido respeito e empenho por estes doentes. Dele esperamos revele maior capacidade que muitos para organizar um trabalho que certamente por seus desafios poderá ultrapassar o tempo de permanência no seu cargo.


Enquanto isto recentemente os portadores de hepatites em tratamento passaram por um lapso de tempo sem medicações. A interrupção delas implica em menores chances de cura e em disperdício do insumo empregado no tratamento. E o que dizer da angústia e desespero de quem está sendo submetido a um tratamento que por sí só é longo e doloroso. As dificuldades para a realização de exames fundamentais ainda permanecem, juntamente com os mesmos dilemas para a realização e leitura das biópsias hepáticas.

O tratamento dispensado aos que buscam medicações no NUSESP é desumano, como já foi denunciado pela imprensa além de comprovado pelo ministério público. As solicitações de recadastramento, re-justificativas para que se consigam as medicações a que se faz juz,a falta de urbanidade junto com o descaso com os mais humildes é absurda.
Quando a ONG Confiantes no Futuro foi redigir a carta aberta aos candidatos, buscou informação junto ao Nusesp quanto ao quantitativo de pacientes tratados e em tratamento no estado das hepatites B e C. A resposta foi que não se tinha registros nem noção.
Até quando persistiremos neste descompasso com problemas do dia a dia mal resolvidos e sem as mínimas ações estratégicas, no nível estadual para fazer face a um problema tão grandioso quanto de termos um país com cerca de mais de 2 milhões de portadores com hepatite por virus B, - e cerca de mais de 4 milhões com o virus C, sabendo que uma parcela ínfima está sendo tratada enquanto uma parcela enorme sequer sabe ser portadora da doença?

É bom lembrar que os que fazem a ONG Confiantes no Futuro foram um dos primeiros a propugnar pela centralização da compra de medicamentos pelo governo federal, como consta da Carta Aberta entregue ao governador Cássio Cunha Lima, enquanto pleiteante ao segundo mandato de governador, assim como aos demais postulantes. Ao governador Cássio solicitamos inclusive que fosse porta-voz desta causa junto ao governo federal através de sua bancada. Advinda a portaria 3227 isto desonerou significativamente o estado e consequentemente a nação, visto que na compra centralizada os custos com estas medicações se reduziram à metade e o estado passou a gastar significativamente menos com as hepatites.

Após a centralização, os medicamentos passaram a ser adquiridos para os estados pelo Ministério da Saude. O estado da Paraíba em conjunto com o de Pernambuco foram os primeiros a receberem os interferons peguilados.

Salientamos que esta ONG se pauta por ações que vizem, a colaboração e o incentivo às causas dos doentes do fígado e a denúncia pública, quando esgotados os meios para que sejam atingidas. Tanto é que no terreno da educação e do esclarecimento à população (entrevistas nos meios de comunicação, palestras e campanhas) merce dos parcos recursos que possuímos, das parcerias que construimos e do trabalho totalmente voluntário, tido o respeito e o reconhecimento do nosso público alvo, nestes mais de quatro anos de ação organizada e mais de tres anos enquanto organização da sociedade civil sem fins lucrativos registrada como tal.
Apesar disto, por razões que nos escapam a análise, por duas vezes sucessivas oficiamos à secretaria estadual de saude para parceria em campanhas de esclarecimentos sobre as hepatites sem que tivéssemos recebido sequer uma negativa por escrito.
Diga-se de passagem que unicamente solicitamos insumos materiais (faixas, cartazes, carro de som) e recuros humanos para as campanhas.
Por princípio não lidamos com valores pecuniários, desde que o nosso trabalho é voluntário. Somente trabalhamos com valores desembolsáveis quando para a execussão de projetos devidamente aprovados, quer pelo setor público ou privado e do qual possamos prestar contas do trabalho e dos resultados

Esperamos do secretário de saude, Dr. Geraldo Almeida, uma resposta prática e eficaz a estes fatos e, uma reflexão sobre a necessidade de traçar uma política séria, firme e contundente no que tange às hepatites. Esperamos a capacidade e vontade política para de uma vez por todas fazer funcionar adequadamente a coordenação estadual de hepatites, e ainda a sabedoria de saber trabalhar em conjunto com o Comitê de Hepatites.
Não haverá de faltar colaboradores e aplausos neste momento. Contudo, se a imensidão do comitê torná-lo moroso e ineficaz, solicitamos que se restitua a sua feição anterior. Porem antes de mais nada é necessário que se torne um comitê real, que saia apenas do papel das portarias que foram distribuidas.

Entendendo os diversos tipos de hepatite



Entendendo os diversos tipos de hepatite (I)


Hepatite é um termo genérico que significa inflamação no fígado, podendo ter várias causas. As hepatites virais podem ser provocadas por vírus que atingem especificamente o fígado, como os vírus A, B, C, D ou Delta, E, F e G. Há também viroses como a mononucleose, varicela, herpes, citomegalovírus, dengue (entre outras) capazes de provocar hepatite, fazendo parte de outro processo. A hepatite A é uma doença aguda, transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados (oral-fecal). Geralmente manifesta-se por icterícia (pele e mucosas amareladas), urina escura, febre, dores no corpo. Raramente é grave e o tratamento é sintomático. Para prevenção, além dos cuidados com a higiene da água e alimentos, existe a vacinação. A transmissão da hepatite B ocorre através do contato direto com sangue contaminado (transfusões, compartilhamento de seringas ou outros instrumentos entre usuários de drogas). Ocorre por via sexual (sêmen) e por outras secreções orgânicas. Há transmissão vertical (da mãe infectada para o recém-nascido). Pode tornar-se crônica, e evoluir para cirrose e câncer de fígado. Para prevenção, evitar o contato direto com sangue, ter relações sexuais com preservativo e vacinar-se. A hepatite C é transmitida pelo sangue contaminado, ou seja, através de transfusões, piercings, compartilhamento de seringas e de canudinhos de aspiração de cocaína por usuários de drogas, de aparelhos de barbear, de escova de dentes; procedimentos com instrumentos contaminados (cirurgias, tratamentos dentários, acupuntura, tatuagens, manicure). Há transmissão perinatal e a transmissão sexual é controversa. Na maioria dos infectados, torna-se crônica, podendo evoluir para a cirrose e o câncer de fígado. A prevenção é evitar contato direto com sangue. Infelizmente não há ainda vacinação contra a hepatite C. É importante saber que, desde 1990, os bancos de sangue passaram a testar os pré-doadores de sangue, e também que as hepatites B e C podem transcorrer sem sintomas. Assim, os transfundidos antes de 1990 ou com algum contato ou comportamento de risco, devem, mesmo assintomáticos, realizar testagem no sangue para saber se foram contaminados e, caso sejam portadores de hepatite B e/ou C, estadiar a doença para saber se devem ser tratados.
Entendendo os diversos tipos de hepatite II
As hepatites virais, abordadas na coluna anterior, têm grande importância, sobretudo as formas crônicas, pois a cirrose hepática pelo vírus da hepatite C é, atualmente, a principal causa de transplante de fígado em adultos, sendo o vírus B também causador de cirrose e câncer de fígado (hepatocarcinoma). Há várias outras causas de inflamação hepática (hepatite) não relacionadas aos vírus. A doença hepática alcoólica é provocada pelo consumo excessivo do etanol. Seus efeitos tóxicos dependem da quantidade e tempo de ingestão. Pode ocorrer hepatite aguda, hepatite crônica, cirrose hepática. A esteatose (depósito de gordura nas células hepáticas) e a esteatohepatite fazem parte do espectro da doença hepática provocada pelo álcool. A cirrose alcoólica também pode evoluir para o câncer de fígado. A doença hepática gordurosa não alcoólica tem causas metabólicas e engloba a esteatose (não alcoólica), a esteatohepatite, que pode também progredir para a cirrose hepática.A hepatite medicamentosa ou tóxica deve-se a agentes agressores (alguns medicamentos, substâncias tóxicas, drogas ilícitas e até ervas medicinais). Compreende desde mínimas alterações nas enzimas hepáticas (ALT, AST, GGT, FA), até insuficiência ou falência hepática aguda, que pode necessitar de transplante hepático. Embora a hepatite tóxica se deva às vezes a reações alérgicas individuais, indivíduos com alguma condição hepática anormal devem ser avaliados antes de usarem certos medicamentos. A hepatite auto-imune é uma inflamação de causa incerta (presume-se que a causa seja auto-imune), tem várias manifestações, acomete mais as mulheres e freqüentemente se torna crônica. Às vezes, é de difícil diagnóstico e associa-se a outras condições que alteram a imunidade. Observa-se, pois, a complexidade do termo hepatite. Em muitas dessas condições não há aqueles sintomas classicamente associados a hepatite (icterícia, urina escura, etc), necessitando de avaliações clínico-laboratoriais mais apuradas ou até mesmo de biópsia hepática para o diagnóstico e tratamento corretos, seja com o objetivo de cura, ou de impedir a progressão para formas mais graves.
Dra. Maria de Fátima Duques de Amorim - Gastroenterologista
CRM 2638

Questões que poderão salvar sua vida.

VEJA ouviu 35 médicos de catorze especialidades sobre um novo tipo de paciente: ele chega ao consultório bem informado sobre a sua saúde.

Revista Veja 14/04/2006

Da internet surgiu um novo tipo de paciente: ele chega ao consultório médico cada vez mais informado sobre sua saúde e os progressos da medicina. Segundo levantamento da consultoria americana Pew Internet & American Life Project, oito de cada dez usuários da rede já recorreram a sites especializados em saúde. No Brasil, estima-se que 10 milhões de pessoas corram para o computador em busca de ajuda para problemas médicos.
LEIA NA ÍNTEGRA ESTA MATÉRIA CLICANDO EM

http://www.confiantesnofuturo.blogspot.com

Íntegra da Carta Aberta aos Candidatos ao Governo do estado da Paraíba na campanha de 2006.

CARTA ABERTA AOS CANDIDATOS AO GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA

Senhor Candidato,

Em nome dos infectados crônicos com as hepatites B e C no Estado da Paraíba, solicitamos informar, de forma pública, qual será seu programa, para enfrentar este angustiante problema de saúde coletiva no nosso estado, caso seja eleito. A ausência de uma política específica tem conduzido apenas a um pequeno contingente de seus portadores a terem o diagnóstico e tratamento destas doenças. No estado da Paraíba, temos cerca de 80 indivíduos em programa de tratamento para a hepatite por vírus C e alguns poucos em tratamento para a hepatite pelo vírus B. Quando de fato sabemos que estes números não expressam a nossa realidade. Isto significa que pessoas humanas, por não terem sido diagnosticadas e tratadas, morrerão destas temíveis doenças. A identificação destas duas hepatites, na maior parte das vezes, tem se dado já nas formas graves e avançadas, sendo elevada a mortalidade. A falta de uma política estadual e nacional de ações preventivas que envolva a vacinação (no caso da hepatite B), campanhas educativas (de divulgação e esclarecimento da população), ações de educação e de vigilância sanitária, destinadas a potenciais elos da cadeia de transmissão da infecção como: profissionais do sexo, manicures, tatuadores, drogadictos, profissionais de saúde (que executam procedimentos pérfuro-cortantes) como: acupunturistas, odontólogos, dermatologistas etc., assim como, a falta de implantação de centros de testagem e de aconselhamento (CTAs) com pessoal capacitado, levam a comunidade a ignorar sua doença ou a se contaminar. A sub-notificação dos casos, inviabiliza o conhecimento da magnitude do problema no nível estadual, impossibilita as ações epidemiológicas, e impede o planejamento das ações de saúde destinadas ao controle eficaz destas nosologias. Isto redunda na ausência de caracterização dos desafios a serem vencidos. No plano nacional impede-nos de ser capazes de reivindicar e propor projetos junto ao Ministério da Saúde. As hepatites crônicas B e C evoluem em cirrose hepática, aumentam o risco e a incidência de câncer do fígado (carcinoma hépato-celular), e de complicações como: hemorragia digestiva, varizes no esôfago e estômago, infecções, coma hepático, desorientação (encefalopatia hepática) barriga dágua (ascite), dentre outras complicações. Estas patologias têm ceifado vidas de cidadãos paraibanos, os tem incapacitado na fase produtiva de suas vidas e até mesmo na infância. Têm absorvido recursos com o tratamento de formas avançadas e graves, aumentado o número de internações hospitalares (de média e alta complexidade) e conduzido seus portadores a morrerem nas filas de transplantes hepáticos ou deles necessitarem. No país como um todo, dos mais de quatro milhões de infectados pela hepatite C, somente seis mil e quinhentos receberam tratamento pelo SUS no ano de 2005. Quanto a hepatite B, dos dois milhões de infectados somente 1.030 foram tratados no mesmo período. Prosseguindo com esta política de tratamento serão necessários mais de mil anos para oferecer tratamento aos atuais infectados. A maioria das contaminações aconteceu nas décadas de 70 e 80. Diante da historia natural da doença, aproximadamente 25% dos infectados desenvolverão cirrose na próxima década. Mais de um milhão e meio de brasileiros deverão perder sua saúde e/ou morrer. Não existe uma abordagem consistente para esta questão que não perpasse por ações simultâneas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Para o diagnóstico se carece na maioria dos casos, além dos exames de rotina, de testes que envolvem: a) biologia molecular que o nosso estado possui os equipamentos, mas não dispõe de kits para sua execução. b) biopsia hepática e exame histopatológico, sempre difíceis de serem conseguidos, por não possuirmos um bom centro de referência para o tratamento das hepatites, faltar agulhas para biópsia e pela escassez de patologistas treinados para este fim. Para o tratamento vive-se em sobressalto com a possibilidade dos medicamentos faltarem, não sendo raros os casos de sua falta ocasional ou duradoura, período em que os portadores interrompem seus tratamentos, com sérias repercussões sobre sua eficácia. Os fornecedores de medicamentos, via de regra não estão sendo ressarcidos, sob a alegação de falta de verbas nos cofres estaduais para a contrapartida de seu financiamento com o Ministério da Saúde. Existem estados brasileiros que estão sem medicamentos. Os preços praticados pelos fornecedores são díspares de estado para estado, ocorrendo em alguns casos pagamento de valores acima dos preços de mercado, com gastos para o erário público além do esperado. Fruto de políticas irresponsáveis com a coisa pública. No caso da hepatite B, apesar de reconhecida a possibilidade de mutação viral (um tipo de resistência do vírus à droga) se dispõe de uma única droga para uso oral, e ainda não se disponibilizou drogas já aprovadas pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que são necessárias para o tratamento deste tipo de situação. Apesar de previsto pela portaria 2080 de 31/10/03 que criou o Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV), só em 15 de setembro de 2005 foi finalmente criado o Comitê Técnico de Acompanhamento Epidemiológico, Prevenção, Controle e Assistência das Hepatites Virais no âmbito do Estado da Paraíba. Embora louvável, a sua tardia, porém concreta constituição, este carece de efetivo apoio, de infra-estrutura e de facilidade em seus canais de comunicação com a secretaria estadual de saúde, com o governo do estado e com os municípios, para que desempenhe plenamente sua função. Necessita-se de um efetivo Programa Estadual de Hepatites Virais (atualmente inexistente) que possa atuar voltado para as nossas peculiaridades estaduais. Para tal é preciso um planejamento orçamentário que garanta a sobrevivência das ações deste programa, caso desejemos enfrentá-lo coerentemente. Entendemos como outras organizações nacionais de portadores de hepatites que: declarar as hepatites uma ação estratégica do governo, conseguindo recursos do Tesouro Nacional, centralizando as compras dos medicamentos e desonerando os estados de qualquer despesa com os insumos, venha a ser uma postura digna e correta a ser implementada. Propugnamos para que os senhores governadores eleitos pelo povo, se comprometam em fazer destas questões, planos de ação a serem incorporados e defendidos com os demais governadores e representantes do poder legislativo de nossa nação. Desejamos, nesta ocasião, expressar a nossa confiança na sensibilidade aos reclamos que aqui emitimos. Estes se endereçam ao enfrentamento de uma grave situação, que necessita ser urgentemente reparada e que exige que os senhores se posicionem sobre quais medidas serão adotadas. Aguardamos vosso posicionamento que será enviado a nossos associados, membros da nossa lista de hepatites, aos mais de 21.000 associados das ONGs congêneres nacionais e a mídia em geral.

João Pessoa 30 de agosto de 2006

Waldir Pedrosa Dias de Amorim

Presidente da ONG Confiantes no Futuro de Apoio a Portadores de Hepatites e Transplantados de Fígado

Os perigos da tatuagem

Jornal O Norte 14/01/2007


Pela proposta da Anvisa que está sendo colocada em consulta pública, tintas e equipamentos vão precisar de registro como produtos de saúde As tatuagens nunca saem da moda e sempre conquistam novos adeptos, com seus traços e cores, símbolos de rebeldia, contestação e sensualidade ou, simplesmente, como um adereço para a pele. Para garantir as condições de higiene, a saúde e a segurança de quem está disposto a fazer tatuagens ou maquiagens definitivas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) colocou em consulta pública uma proposta para regular a fabricação, comercialização e importação dos produtos utilizados nestas técnicas. Pela proposta, tintas e equipamentos para tatuagens e maquiagens permanentes deverão ter registro na Anvisa. A proposta permanecerá em consulta pública até o dia 20 de dezembro. Acessando o site da agência (www.anvisa.gov.br), profissionais de saúde, autoridades, tatuadores, maquiadores e a sociedade em geral poderão opinar sobre o texto. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária espera que as novas regras entrem em vigor até a primeira metade de 2007. A partir daí, fabricantes e importadores terão 180 dias para se adaptarem às mudanças, que virão para complementar e auxiliar o trabalho de fiscalização já desenvolvido pelas vigilâncias estaduais. E MAIS Com o registro do material usado em salões de tatuagens e maquiagens como produtos de saúde, a Anvisa espera aumentar a qualidade desses produtos, o que trará conseqüências positivas para os serviços. Segundo o gerente de Tecnologia de Materiais de Uso em Saúde da Anvisa, Walfredo Calmon, a partir do registro na agência será possível criar um banco de dados sobre os produtos usados nos estúdios, as substâncias utilizadas na fabricação dos pigmentos e quem são seus fabricantes. Com informações mais precisas sobre a fabricação e todas as substâncias contidas nas tintas, o nível do serviço prestado à população deve melhorar, não apenas no que diz respeito à segurança, mas também sobre a eficácia do material, afirma Walfredo Calmon. Pela proposta, as embalagens das tintas deverão não só dizer quais as substâncias contidas, mas, também, o prazo de validade e de uso após a abertura. Condição inadequada para a conservação A falta de condições adequadas de higiene e conservação de equipamentos nestes estúdios pode representar riscos para a saúde dos clientes. Um deles, por exemplo, é o de disseminação de vírus e até contaminação por doenças como aids e hepatites, transmissíveis por agulhas contaminadas. A presença de determinados materiais nas tintas, como o chumbo e alguns tipos de solventes, também oferece riscos, como a possibilidade de surgimento de tumores cancerígenos e de alergias. Queremos impedir que materiais altamente tóxicos e capazes de prejudicar a saúde dos clientes desses estúdios sejam utilizados pelos fabricantes, diz o gerente. Um dos objetivos de propor novas regras para funcionamento dos estúdios de tatuagem e maquiagem em consulta pública é ouvir sugestões dos profissionais da área para melhorar a qualidade e a segurança dos processos. Para o tatuador Rogelio Santiago Paz Netto, de 45 anos, as novas regras podem contribuir para aumentar a segurança dos clientes e diminuir o preconceito que existe em relação à sua profissão, ainda não regulamentada. Todo tatuador deve ter a consciência de que não é apenas um artista; deve ser também um profissional ligado à saúde, afirma. Estado e municípios vão fazer fiscalização A função de fiscalizar os serviços oferecidos por estúdios de tatuagens e maquiagens é dos órgãos de vigilância sanitária estaduais e municipais. Os estabelecimentos que não se enquadram nas regras são multados e perdem o alvará de funcionamento. A primeira medida recomendada aos interessados em fazer tatuagem e maquiagem definitiva é procurar saber se o estabelecimento possui alvará e se está registrado junto à Anvisa, aconselha Maria das Graças. Quem pretende fazer uma tatuagem precisa verificar principalmente as condições de higiene do estúdio. O ambiente tem de ser limpo, bem ventilado e livre de contaminações externas. É imprescindível que o profissional use luvas descartáveis, óculos ou máscaras de proteção. As agulhas também devem ser descartáveis para evitar o contágio de doenças como a aids e as hepatites. O ideal é que o tatuador abra a embalagem das agulhas na frente do cliente, para mostrar que o material está em ordem, afirma a gerente de Fiscalização da Vigilância Sanitária. Regras para quem faz maquiagem Para as pessoas que querem fazer maquiagem definitiva, as regras são semelhantes. No entanto, é importante verificar se o profissional possui um certificado que comprove sua qualificação técnica. Também se recomenda verificar se são de cores claras as roupas do profissional, por questões de higiene, e as condições do local onde será feita a maquiagem. Os órgãos de vigilância sanitária desaconselham as pessoas a fazerem tatuagens com ambulantes, nas ruas, o que é muito comum nas grandes cidades brasileiras. Nas ruas, não há segurança para atestar a qualidade do material usado, as condições de saúde e higiene para esta prática não são as ideais e, caso haja algum problema, será mais difícil identificar e responsabilizar o tatuador. Esses órgãos também alertam que menores de idade só podem fazer tatuagens se estiverem acompanhados dos pais ou responsáveis. SERVIÇO O texto das novas regras foi publicado no site da Anvisa para ser consultado por profissionais da área e toda a sociedade interessada. Todos podem enviar sugestões para o site www.anvisa.gov.br até o dia 20 de dezembro ou para o seguinte endereço: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gerência-Geral de Tecnologia de Produtos para Saúde, SEPN 515, Bloco B, Ed. Ômega, Asa Norte, CEP 70.770-502 Brasília 150 DF. Também podem ser enviadas pelo fax (061) 3448-1058 ou por e-mail para tecnologia.produtos@anvisa.gov.br.

O PAPEL DOS GRUPOS DE APOIO - UMA HISTÓRIA PESSOAL

"Os portadores de patologias que se reúnem em associações de apoio aprendem a lidar melhor com suas doenças, a trocar experiências e, de quebra, ainda exercitam a cidadania."

A vida de Neto começou a dar uma guinada, quando precisou procurar um médico hepatologista no ambulatório do Hospital Universitário em João Pessoa e lhe foi dado o diagnóstico de uma cirrose hepática pelo virus da hepatite C (HCV). Confirmado que era portador do vírus, o médico desconfiara que havia algo mais e no desenrolar de sua investigação, solicitou-lhe uma tomografia computadorizada do abdome superior, juntamente com um exame de sangue chamado alfa feto proteina. A alfa feto proteina estava muito elevada e a tomografia revelava que era portador de um Carcinoma Hepatocelular, (um tumor maligno primário do fígado) localizado em um dos segmentos hepáticos. Indicado pelo seu clínico para ser submetido a uma arteriografia e a uma possível remoção dos segmentos acometidos, encontrou dificuldades em realizá-las em sua cidade. Este o encaminhou a um serviço que realizava transplante em um estado vizinho. Internou-se pelo SUS num hospital de referência e imediatamente foi submetido a arteriografia e posterior remoção de três segmentos do seu fígado. Em menos de 1 mês retornou ao médico que o acompanhara em João Pessoa trazendo consigo um relatório detalhado do serviço que o operara. Felizmente, conta ele, não necessitara de quimioterapia ou de transplante de fígado naquele momento.
Contudo, uma nova barreira surgira no seu caminho: o hepatologista prescrevera-lhe Interferon Peguilado e Ribavirina (medicações usadas no tratamento da hepatite C) agora, com a finalidade de eliminar o vírus que portava e que continuaria a lhe ameaçar de fazer avançar sua cirrose e de aumentar as suas chances de ter um novo carcinoma hepatocelular. Encaminhado ao Núcleo de Medicamentos Excepcionais da Secretaria Estadual de Saúde ( Nusesp) do seu estado, estes não quiseram fornecer-lhe a medicação, embora tivesse a prescrição médica com a justificativa de que deveria usá-la. Orientado a buscar auxílio da curadoria de saúde, esta solicitou a presença dos responsáveis pelo Nusesp e convidou o seu medico a comparecer à mesma reunião onde este assunto seria tratado. O Nusesp, que não dispunha de especialistas na área, mantinha sua posição baseada em que um portador de cancer não poderia ser incluido para o tratamento com aquelas medicações. O medico explicou que este conceito até poderia se aplicar a portadores de cancer de outras localizações, mas não a um caso em que o tratamento contra um vírus relacionado ao cancer havia sido instituido por ele como especialista. Neste caso significava uma complementação de tratamento ao proprio cancer de figado.
O sr. Neto havia sido submetido a transfusão de sangue antes de 1993, em decorrência de um acidente automobilístico que sofrera. Nesta transfusão adquiriu o virus da hepatite C (HCV) e embora permanecesse sem sintomas por longos anos, desenvolveu sem saber uma cirrose hepatica e um câncer de fígado. O curador com o entendimento do seu caso oficiou para que o Nesesp lhe dispensasse a medicação.
Apesar disto este ainda encontrou algumas dificuldades quanto à falta de medicamentos junto ao poder público. - Mas não esmoreceu, juntou-se ao grupo de Apoio que estava se formando e nele continuou a lutar não só pelos seus direitos mas também pelo de vários outros portadores que se encontravam necessitando dos medicamentos.
Ao lado disto se empenhou em organizar e trabalhar mais e mais pela ONG Confiantes no Futuro que ajudara a criar. Ao fim do seu tratamento teve a grata surpresa de haver negativado completamente o virus e assim foi confirmado nos anos subsequentes.
O seu cuidado atual é de submeter-se periodicamente a exame de ultrassonografia do fígado e às vezes de tomografia, bem como à determinação da alfa feto proteina que são socicitados pelo seu médico. Vários anos se passaram sem que sua doença tenha recrudescido.
Mas ele que é um dos principais entusiastas do grupo de apoio confirma que a existencia deste o fez aprender a lidar melhor com suas doença, a trocar experiências e, de quebra, ainda a aprender a exercitar a cidadania.
O Grupo de Apoio nos faz enxergar que não estamos sozinhos, não somos os únicos, que devemos lutar pelos nossos direitos.
O Grupo de Apoio nos torna menos ingênuos em relação às falsas promessas de tratamento ou às insinuações de que temos de nos contentar em conviver com a doença.
O Grupo de Apoio nos torna mais conscientes e mais críticos quanto às melhores condutas a serem adotadas pelos profissionais de saude. No caso das hepatites, muitos foram os que se tornaram cirróticos por que um profissional não exclarecido indicou apenas a observação, ao invés de haver iniciado o tratamento.
O Grupo de Apoio nos ensina a romper o preconceito, a reduzir os riscos relacionados à transmissão das doenças, anos proteger de medicações sem efeito benéfico algum, ou daquelas que nos causam dano.
O grupo de apoio nos faz solidários e mais humanos com os outros. E por incrível que pareça, assim passamos a valorizar mais a nós mesmos e ao nosso corpo.
Em grupo adotamos uma ação proativa, sabendo melhor o que temos e aprendendo a melhor controlar a doença.