sábado, 7 de abril de 2007

Comissão da ONG entregou em mãos uma Carta Aberta ao governador Cássio da Cunha Lima, então candidato ao segundo mandato ao governo do estado.

Aguarda-se que o sr. Secretário de Saude Dr. Geraldo Almeida retire do marasmo e do caos a situação das hepatites no estado da Paraíba.

Uma comissão da ONG Confiantes no Futuro de Apoio aos portadores de Hapatites e Transplantados de Fígado entregou na data (30/08/06), uma carta aberta a todos os candidatos ao governo do estado da Paraíba. Nela estavam contidas as principais problemáticas e anseios dos portadores quanto a criação de uma política eficaz para abordar de frente este grave problema que ceifa a vida de muitos no nosso estado. À época o governador eleito Cássio da Cunha Lima se comprometeu a implementar junto à secretaria de saude do seu governo ações efetivas e destinação de verba orçamentária para tal.

( Leia na íntegra a notícia e a documentação fotográfica clicando no título desta postagem)

MAS...



Até o momento o Comitê Estadual de Hepatites, instância estadual que deveria funcionar como órgão técnico-assesor junto à Coordenação Estadual de Hepatites da Secretaria Estadual de Saude sequer foi convocado para uma reunião de posse.
Este Comitê deveria auxiliar a traçar e aplicar uma política para o estado da Paraíba no tocante às hepatites. O problema não abrange unicamente o município de João Pessoa e sim todos os municípios do estado. Este comite junto com a coordenação de Hepatites da Secretária Estadual de Saúde é fundamental para que se trace uma política de Prevenção - Diagnóstico e Tratamento, como determinada pelo Programa Nacional de Hepatites Virais - do Ministério da Saude (PNHV/MS).
O Comitê mesmo sendo tardiamente criado pelo predessessor do atual Secretário, foi extinto e recriado por um ato seu ao assumir o cargo na gestão passada. Sendo reconduzido ao cargo que ocupa neste segundo mandato do governador Cássio, até o momento nào esboçou qualquer interesse em reuní-lo.
A única medida tomada, que nós tenhamos conhecimento, foi a expediçào de inumeras portarias, com uma infinidade de membros, (não há estado brasileiro com um comite tão imenso) , em que pese até o momento sua existencia ser fictícia e não haver saido do papel.

Talvez

Este talvez seja um termômetro de a quantas anda a preocupação com os portadores de hepatite e com aqueles que só saberão ser portadores quando suas doenças encontrarem-se em estado avançado. Quem sabe com cirrose, água na barriga (ascite), vomitando sangue ou com cancer de fígado.


Será que o médico e secretário de saude desconhece os problemas dos doentes do fígado e dos portadores de hepatites?


Certamente não, pois este atuava na área de cirurgia do aparelho digestivo e chegou a atuar na área de transplante hepático, antes de entrar para a política. Não se negue que sempre foi um cirurgião preparado e competente no trato com a saúde individual. Mas presentemente está secretário de saúde de um estado pobre e sem saúde. Há de buscar soluções para a saúde coletiva, pois se espera que seja o princiapl soldado dela no território paraibano!


Dele aguardamos o devido respeito e empenho por estes doentes. Dele esperamos revele maior capacidade que muitos para organizar um trabalho que certamente por seus desafios poderá ultrapassar o tempo de permanência no seu cargo.


Enquanto isto recentemente os portadores de hepatites em tratamento passaram por um lapso de tempo sem medicações. A interrupção delas implica em menores chances de cura e em disperdício do insumo empregado no tratamento. E o que dizer da angústia e desespero de quem está sendo submetido a um tratamento que por sí só é longo e doloroso. As dificuldades para a realização de exames fundamentais ainda permanecem, juntamente com os mesmos dilemas para a realização e leitura das biópsias hepáticas.

O tratamento dispensado aos que buscam medicações no NUSESP é desumano, como já foi denunciado pela imprensa além de comprovado pelo ministério público. As solicitações de recadastramento, re-justificativas para que se consigam as medicações a que se faz juz,a falta de urbanidade junto com o descaso com os mais humildes é absurda.
Quando a ONG Confiantes no Futuro foi redigir a carta aberta aos candidatos, buscou informação junto ao Nusesp quanto ao quantitativo de pacientes tratados e em tratamento no estado das hepatites B e C. A resposta foi que não se tinha registros nem noção.
Até quando persistiremos neste descompasso com problemas do dia a dia mal resolvidos e sem as mínimas ações estratégicas, no nível estadual para fazer face a um problema tão grandioso quanto de termos um país com cerca de mais de 2 milhões de portadores com hepatite por virus B, - e cerca de mais de 4 milhões com o virus C, sabendo que uma parcela ínfima está sendo tratada enquanto uma parcela enorme sequer sabe ser portadora da doença?

É bom lembrar que os que fazem a ONG Confiantes no Futuro foram um dos primeiros a propugnar pela centralização da compra de medicamentos pelo governo federal, como consta da Carta Aberta entregue ao governador Cássio Cunha Lima, enquanto pleiteante ao segundo mandato de governador, assim como aos demais postulantes. Ao governador Cássio solicitamos inclusive que fosse porta-voz desta causa junto ao governo federal através de sua bancada. Advinda a portaria 3227 isto desonerou significativamente o estado e consequentemente a nação, visto que na compra centralizada os custos com estas medicações se reduziram à metade e o estado passou a gastar significativamente menos com as hepatites.

Após a centralização, os medicamentos passaram a ser adquiridos para os estados pelo Ministério da Saude. O estado da Paraíba em conjunto com o de Pernambuco foram os primeiros a receberem os interferons peguilados.

Salientamos que esta ONG se pauta por ações que vizem, a colaboração e o incentivo às causas dos doentes do fígado e a denúncia pública, quando esgotados os meios para que sejam atingidas. Tanto é que no terreno da educação e do esclarecimento à população (entrevistas nos meios de comunicação, palestras e campanhas) merce dos parcos recursos que possuímos, das parcerias que construimos e do trabalho totalmente voluntário, tido o respeito e o reconhecimento do nosso público alvo, nestes mais de quatro anos de ação organizada e mais de tres anos enquanto organização da sociedade civil sem fins lucrativos registrada como tal.
Apesar disto, por razões que nos escapam a análise, por duas vezes sucessivas oficiamos à secretaria estadual de saude para parceria em campanhas de esclarecimentos sobre as hepatites sem que tivéssemos recebido sequer uma negativa por escrito.
Diga-se de passagem que unicamente solicitamos insumos materiais (faixas, cartazes, carro de som) e recuros humanos para as campanhas.
Por princípio não lidamos com valores pecuniários, desde que o nosso trabalho é voluntário. Somente trabalhamos com valores desembolsáveis quando para a execussão de projetos devidamente aprovados, quer pelo setor público ou privado e do qual possamos prestar contas do trabalho e dos resultados

Esperamos do secretário de saude, Dr. Geraldo Almeida, uma resposta prática e eficaz a estes fatos e, uma reflexão sobre a necessidade de traçar uma política séria, firme e contundente no que tange às hepatites. Esperamos a capacidade e vontade política para de uma vez por todas fazer funcionar adequadamente a coordenação estadual de hepatites, e ainda a sabedoria de saber trabalhar em conjunto com o Comitê de Hepatites.
Não haverá de faltar colaboradores e aplausos neste momento. Contudo, se a imensidão do comitê torná-lo moroso e ineficaz, solicitamos que se restitua a sua feição anterior. Porem antes de mais nada é necessário que se torne um comitê real, que saia apenas do papel das portarias que foram distribuidas.

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