quarta-feira, 31 de outubro de 2007

I Consenso da Sociedade Brasileira de Infectologia para o manuseio e terapia da hepatite C

Clic no título e leia a tradução livre do consenso feita por Carlos Varaldo, do Grupo Otimismo ou acesse http://www.hepato.com/

Clic aquí para visualizar a apresentação do consenso

Clic aquí para acessar o site da Sociedade Brasileira de Infectologia

SBI lança consenso para manuseio e terapia da Hepatite C

Foto: Geisa Nagano Studio Fotográfico (www.geisanagano.com.br)

No último dia do congresso, ocorreu uma mesa-redonda para o lançamento do Consenso da Sociedade Brasileira de Infectologia para o Manuseio e Terapia da Hepatite C, com a participação de membros do Comitê Científico de Hepatites Virais da SBI. A apresentação do documento ficou a cargo do infectologista Evaldo Stanislau Affonso de Araújo (foto ao lado), que coordenou o trabalho de elaboração do Consenso (veja arquivo no rodapé desta página). Além do coordenador e de mais cinco membros do Comitê Científico, a elaboração do consenso envolveu mais 20 especialistas em hepatites virais. O grupo trabalhou inicialmente na revisão da literatura sobre o tema, que embasou a discussão realizada durante dois dias para a preparação da versão final do consenso. Esse mesmo grupo já havia trabalhado na elaboração dos consensos sobre hepatite C de 2002 e 2004 da Sociedade Paulista de Infectologia e, mais recentemente, para a definição do consenso sobre hepatite B, em 2006, para a própria SBI. “Certamente essa experiência acumulada se refletiu em um consenso mais objetivo, certeiro e prático. O documento tem como base o melhor nível das evidências científicas disponíveis, o que permitiu alterar alguns paradigmas até então estabelecidos”, destaca Evaldo. O consenso aborda dados epidemiológicos e questões sociais e práticas envolvidas no acompanhamento dos pacientes infectados pelo HCV; incorpora os conceitos de individualização da dose e duração da terapia; define as situações para o retratamento dos pacientes; enfoca a co-infecção com HIV e com outros vírus, entre outros aspectos. O documento foi editado como um suplemento da revista The Brazilian Journal of Infectious Diseases (BJID), da SBI, que em breve estará disponível para download, assim como os capítulos originais em português, no menu Biblioteca do website da SBI, submenu Consensos.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Saiba mais detalhes do novo Consenso da SBI para Manuseio e Terapia da Hepatite C


O infectologista Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, membro do Comitê Científico de Hepatites Virais da SBI, coordenou o trabalho de um grupo de 25 renomados especialistas brasileiros para a elaboração do recém-lançado Consenso da SBI para o Manuseio e Terapia da Hepatite C. Ela já havia organizado e foi autor de dois outros consensos sobre hepatite C (de 2002 e 2004 da Sociedade Paulista de Infectologia) e também coordenou os trabalhos para a elaboração do Consenso da SBI sobre Hepatite B, lançado no ano passado. Com mestrado e doutorado sobre o tema Hepatite C pela FMUSP, Evaldo é assistente-doutor no ambulatório e laboratório de hepatites da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias (DMIP) do HC-FMUSP. Pesquisador na área, é autor de vários artigos científicos e capítulos de livro sobre o tema hepatite C. Como voluntário, foi fundador e atua como diretor técnico da ONG Grupo Esperança de apoio aos familiares e portadores de hepatite C, em Santos/SP. Criador da área temática de Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, também presta consultoria sobre hepatites virais nas áreas pública e privada. Nesta entrevista ao Portal da SBI, comenta detalhes da elaboração ao novo consenso, destaca os pontos mais importantes do novo documento, fala sobre o novo protocolo do Ministério da Saúde para o tratamento da hepatite C, das contribuições do novo consenso que poderiam ser incorporadas pelo serviço públicos, entre outros temas.

Portal SBI: Qual foi a metodologia utilizada para a consecução desse trabalho?
Dr. Evaldo Stanislau Affonso de Araújo:
A partir do Comitê Científico de Hepatites Virais, nomeou-se uma coordenação que propôs os tópicos de discussão. Cada tópico teve um sub-coordenador que elencou os convidados que, por usa vez, revisaram os temas apresentados no proceedings e que embasaram a discussão posterior. O Grupo de Consenso se reuniu durante um final de semana em um hotel e, após a discussão e aprovação de um roteiro, os temas foram debatidos um a um até a obtenção de uma posição consensual ou majoritária do grupo. Ao fim, houve a redação dos tópicos que se transformaram no consenso propriamente dito, lidos e aprovados ao término da reunião. Alguns integrantes não participaram da etapa de discussão, restringindo-se às revisões. Em particular, tivemos uma contribuição internacional de muito peso. Tal não se fez porque não tenhamos a capacidade para o debate, mas sim em virtude da excepcional visão e atualização do professor Jean-Michel Pawlotsky. Em minha opinião, ele é na atualidade um dos mais importantes líderes no campo científico das hepatites virais. Gostaria de destacar, de forma muito clara e transparente, que os laboratórios Roche e Schering-Plough contribuíram financeiramente para viabilizar nossa reunião e os custos de versão e publicação do proceedings. Porém, em nada interfeririam em relação ao conteúdo de nossos trabalhos.

Portal SBI: Quais são as contribuições que este consenso traz para os profissionais das especialidades Infectologia e Hepatologia?
Dr. Evaldo: Os consensos realizados pelo núcleo dos infectologistas envolvidos nesse trabalho se iniciaram em 2002, na Sociedade Paulista de Infectologia, com o primeiro consenso sobre hepatite C. Posteriormente, em 2004, esse documento foi atualizado e, com a atual estrutura de Comitês Científicos da SBI, trouxemos essa experiência para a Sociedade. Daí realizamos o I Consenso da SBI sobre Hepatite B, em 2006, e agora o primeiro sobre hepatite C. Certamente essa experiência acumulada se refletiu em um consenso mais objetivo, certeiro e prático. Tivemos como meta recuperar os dados defasados e nos manter atualizados com as tendências futuras. Com esse espírito, além de uma prática clínica cada vez mais complexa ante os desafios impostos e a falta de uma perspectiva terapêutica realmente inovadora para os próximos anos, optamos, em consenso, pela ousadia e por ter como meta o apoio aos colegas, materializado nas recomendações de especialistas, e a vida, com qualidade, de nossos pacientes.

Portal SBI: Quais os principais avanços e novidades que este consenso propõe no manuseio e tratamento da hepatite C?
Dr. Evaldo: Procuramos nos embasar no melhor nível de evidências científicas, entretanto, diante de situações clínicas críticas e da falta de perspectiva de novas terapias (novas drogas) que sejam usadas sem o interferon, extremamente complexo em seu manuseio, acreditamos que a opinião dos especialistas e dados recentemente apresentados na literatura nos permitiram alterar alguns paradigmas, aliás, o que alguns colegas até faziam de forma individual. Dessa forma, incorporamos integralmente os conceitos de individualização da dose e duração da terapia (curta, longa ou padrão) baseando-nos no tipo de resposta precoce e na cinética viral. Também recomendamos a terapia apenas com interferon peguilado, o que já tem sido feito no mundo inteiro, reconhecendo a comodidade posológica como fator relevante e que, mesmo genótipos tidos como favoráveis (genótipo 3), em determinadas situações (alta carga viral, pacientes cirróticos), adquirem características que o tornam tão complexos como o genótipo 1. Também delimitamos as situações onde o retratamento deve ser considerado e, para situações particulares, antecipamos a indicação da terapia. Um conceito que trabalhamos à exaustão foi o de se manter doses a todo custo, reduzindo a possibilidade de falha da terapia. Abordamos aspectos epidemiológicos, sociais e práticos, além da co-infecção, não só com HIV, mas também com outros vírus. Por fim, assumimos a necessidade de, em casos muito bem selecionados, manter a terapia com interferon peguilado, objetivando modular a progressão histológica da doença. Isso foi, realmente, muito ousado, e necessário!

Portal SBI: Recentemente o PNHV lançou novo protocolo com diretrizes para o tratamento da hepatite C. Em que difere as duas abordagens e no que convergem?
Dr. Evaldo: Seria injusto compararmos a portaria ministerial com nosso consenso. O Ministério possui uma responsabilidade de gestão e uma visão macro onde procura equilibrar todos os "quereres" com as reais possibilidades em um rol enorme de patologias e situações sociais complexas. Nós temos apenas o compromisso científico. E isso faz toda a diferença. Além desse aspecto, a própria portaria já traz em seu início um indicativo de que foi realizada baseada em dados de um ano e meio antes de sua publicação. Nós utilizamos dados muito recentes. Existem, é fato, alguns pontos de convergência; porém, são documentos distintos e com objetivos também diferentes. Um cria uma regra de gestão, outro, o Estado-da-Arte da assistência. Por fim, cumpre destacar que uma questão que colocamos em debate, e que não consta da versão do consenso, são aspectos de farmacoeconomia. A maioria do grupo acredita que esses conceitos ainda não se aplicariam nas questões de Saúde, freqüentemente de vida ou morte. Isso exemplifica bem as dificuldades de conciliar a visão coletiva do gestor da visão individual do médico e do paciente.

Portal SBI: Na sua opinião, que propostas do consenso da SBI poderiam ser incorporadas às novas diretrizes do PNHV?
Dr. Evaldo: Veja, a questão anterior expõe muitas das dificuldades. Entretanto, uma gestão mais eficaz, e a gestão não depende só do Ministério mas, essencialmente, dos serviços de saúde nos estados e municípios, permitiria uma melhor utilização da biologia molecular, por exemplo. O custo de uma única ampola de interferon peguilado paga, com sobra, a incorporação do PCR qualitativo na semana 4 e do quantitativo para os genótipos não-1, o que pode refletir em manuseio diferenciado. Se considerarmos que aproximadamente 30% dos pacientes com genótipo 1 poderiam ter sua terapia otimizada, se considerarmos que pacientes com terapia estendida poderiam evitar o retratamento futuro, veremos que temos espaço para incorporar algumas de nossas sugestões e ainda não desperdiçar recursos. Por outro lado, é inadmissível que tenhamos a disponibilização do caro interferon peguilado sem que as ferramentas de controle estejam disponíveis, como é o caso do PCR quanti e, mesmo, do qualitativo. Além disso, inexiste uma ferramenta de controle central sobre quem são os pacientes sob tratamento e quais os resultados parciais e finais de suas terapias. Em minha opinião isso é muito sério e estamos potencialmente desperdiçando recursos valiosos. Pergunto, o tratamento atual é ruim e essa é a resposta? Sem dúvida, para muitos pacientes a terapia não é a ideal, mas o pior é a utilização subótima dos mesmos, pois faltam exames e medicamentos de suporte, faltam ferramentas de controle de gestão e profissionais adequadamente treinados. Realizamos um levantamento em "vida real" dos resultados da terapia com interferon peguilado no HC-FMUSP, dados apresentados em Glasgow recentemente, e confesso que ficamos muito preocupados com o que encontramos. Se for um espelho do Brasil, temos que, conjuntamente, refletir para onde devemos nos encaminhar.

Portal SBI: O infectologista que atua em serviço público (SUS) tem condições de seguir as recomendações deste consenso para tratar seus pacientes? Comente a que alternativas ele pode recorrer para seguir o que o consenso da SBI preconiza.
Dr. Evaldo: Nos serviços públicos temos regras e diretrizes que cerceiam o acesso às nossas diretrizes. Entretanto, na clínica privada são perfeitamente aplicáveis. Se eu fosse escolher, no SUS, apenas uma das recomendações eu sugeriria a incorporação do PCR qualitativo na semana 4, identificando os respondedores rápidos. Isso tem implicações na assistência, mas, principalmente, podemos trabalhar a motivação e adesão aos que a obtém. E isso vale também aos co-infectados com HIV. Ressalto, ainda em relação à portaria, que a menção que lá se encontra sobre a pesquisa do HCV na semana 4 está equivocada uma vez que direcionada ao valor preditivo negativo e que a terapia não deveria ser interrompida. Na verdade, a semana 4 tem valor preditivo positivo! Também acredito que a dose plena da ribavirina (15mg/kg/dia) pode ser facilmente implementada e isso é significativo na redução da taxa de recidivas.

Portal SBI: Na sessão em Curitiba, houve o elogio de um representante da sociedade civil com relação ao trabalho. Como você avalia que este segmento pode colaborar para a incorporação das novidades propostas no SUS?
Dr. Evaldo: Verdade seja dita, as ONGs têm um papel essencial, e está previsto no SUS a sua participação no controle social. Encaro com muita tranqüilidade a manifestação favorável, como também o seria se fosse o contrário. Na questão das hepatites, as ONGs já desempenharam ações essenciais como a alteração dos exames de biologia molecular para o plano estratégico extra-teto e a criação dos encontros nacionais. Fomentam a participação não só dos profissionais, mas também de lideranças legislativas redundando em leis municipais e federais que beneficiam a todos. Portanto, a exemplo das ONGs da Aids, aquelas que militam pela causa das hepatites virais e do transplante de fígado são atores indispensáveis para o sucesso e plena implementação de políticas assistenciais e preventivas conseqüentes. Tenho orgulho de ser fundador e dirigente de uma ONG das mais antigas e respeitadas. Acho que vários de nós, médicos, mantemos uma saudável interface com esse segmento atuando como parceiros e conselheiros técnicos.

Portal SBI: O Estado-da-Arte nesta área avança com rapidez? Como os infectologistas podem manter-se atualizados?
Dr. Evaldo: Apesar de avançar, estamos em uma "entre-safra" de novidades. Os novos medicamentos em desenvolvimento e as técnicas para estudar o HCV são complexos e têm se mostrado mais difíceis do que o desejado. Assim, acredito que no momento a grande "novidade" é usar muito bem as armas de que dispomos, e essa é a mensagem do consenso. Creio que o Portal da SBI e o Comitê de Hepatites Virais têm cumprido o papel de atualizar a todos os colegas. Essa seria a minha dica: procurem-nos.

Portal SBI: O Comitê HV pensa em fazer um “guia rápido”, mais sintético e direto, de orientações para a prática clínica?
Dr. Evaldo: O consenso já está bastante fácil e direto. Perguntas/tópicos e respostas/considerações. Creio que a forma é essa. Evidentemente que poderemos rever e acatar as sempre bem-vindas sugestões dos leitores. Por fim, destaco que publicamos o consenso vertido ao inglês e em um número regular do BJID, disponibilizando-o ao mundo todo, e que o proceedings está em fase de indexação, também em inglês. A SBI, dessa forma, contribui à discussão da hepatite C da maneira mais plural e ampla possível.

Fonte: http://www.infectologia.org.br/default.asp?site_Acao=mostraPagina&paginaId=134&mNoti_Acao=mostraNoticia&noticiaId=887

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reativos do País

BNDES libera R$ 30 mi para fábrica de vacina e medicamento
Banco também reduz de 6% para 4,5% os juros para setor farmacêutico


O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o presidente do BNDES,
Luciano Coutinho, participaram ontem de cerimônia de concessão de R$
30 milhões de recursos do banco para a Fundação Oswaldo Cruz, que está
construindo o primeiro Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e
Reativos para Diagnóstico Laboratorial (CIPBR) no País.

A infra-estrutura que será instalada nos laboratórios do complexo de
Bio-Manguinhos será um elo entre a bancada de pesquisa e a produção em
larga escala, economizando de um a dois anos entre o início e o
término desse processo.

A inauguração da fábrica de vacinas e biomedicamentos está prevista
para meados de 2009. O restante dos R$ 106 milhões é do Ministério da
Saúde.

Inicialmente, a nova fábrica irá produzir a eritropoetina, usada no
tratamento de anemias graves, associadas à doença renal crônica,
câncer e aids, e o interferon alfa 2b, utilizado no tratamento de
hepatites virais. A estimativa é de que, ainda nos primeiros meses de
funcionamento, o centro integrado seja capaz de suprir a demanda
interna por esses remédios, que hoje são comprados de multinacionais.

A eritropoetina e o interferon fazem parte da lista de medicamentos
excepcionais do Ministério da Saúde, com os quais o governo gasta
cerca de R$ 1 bilhão por ano. Além deles, algumas vacinas que já vêm
sendo desenvolvidas na Fiocruz, como a de pneumococos, contra a
pneumonia, e a de meningite B serão testadas e colocadas mais
rapidamente no mercado. A nova fábrica também terá capacidade de
produzir em maior escala kits de diagnóstico para doenças como dengue
e o teste rápido de HIV, que já são fabricados em Bio-Manguinhos.

Segundo Temporão, a construção do centro integrado faz parte da
política social do governo, que pretende aumentar o poder de compra do
Ministério da Saúde junto aos grandes laboratórios, substituindo as
importações pela produção de conhecimento tecnológico. "O BNDES terá
um grande papel na consolidação da saúde como um campo de investimento
e produção de riqueza", disse o ministro. Ele também informou a
intenção de abrir as portas para qualquer empresa que queira fazer
parceria com a Fiocruz a fim de transferir tecnologia.

LINHA DE CRÉDITO

Durante a cerimônia, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho,
anunciou a redução os juros para financiamentos ao setor farmacêutico
- de 6% ao ano para 4,5%. Segundo ele, a queda engloba os projetos
aprovados no Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva
Farmacêutica (Pró-Farma), criado em 2004 e que até o momento acumula
gastos de R$ 935 milhões. Coutinho disse que a expectativa é dobrar
esse volume nos próximos dois anos.

Para o presidente do BNDES, o desenvolvimento do setor farmacêutico
é fundamental para o crescimento econômico do País.
Fabiana Cimieri, RIO
COLABOROU JACQUELINE FARID

www.estadao.com.br

sexta-feira, 29 de junho de 2007

MANIFESTO EM DEFESA DA REDUÇÃO DE DANOS.

A ONG Confiantes no Futuro Subscreve o Manifesto em defesa da Redução de Danos emanado do Forum Nacional de Hepatites
1- por considerar correta a adoção de uma política de redução de danos, que é um modo de respeitar e cuidar do ser humano, objeto maior de qualquer ação estatal ou da sociedade civil organizada.
2- por reprovar peremptoriamente qualquer ato de discriminação, preconceito ou juizo que atentem contra a liberdade humana e a seu intangível livre arbítrio, especialmente de comportamento e expressão.
3- por acreditar que a redução de danos exerça um desiderato específico que é plenamente compatível com as demais ações que se endereçam aos campos do diagnóstico prevenção,tratamento e necessidades de suas abordagens nos plano bio-psico-social.

Waldir Pedrosa Amorim
Presidente da ONG Confiantes no Futuro de Apoio a Portadores de Hepatites e Transplantados de Fígado.


CLIC SOBRE O TÍTULO E LEIA O MANIFESTO NA ÍNTEGRA.

PARA SUBSCREVER O MANIFESTO ENVIE SEU E-mail PARA: forumnacionalhepatites@yahoogrupos.com.br

quarta-feira, 20 de junho de 2007

RESOLUÇÃO CFM nº 1.819/2007 Proíbe a colocação do diagnóstico codificado (CID) ou tempo de doença no preenchimento das guias da TISS de consulta...

RESOLUÇÃO CFM nº 1.819/2007
(Publicada no D.O.U. 22 maio 2007, Seção I, pg. 71)
Proíbe a colocação do diagnóstico codificado (CID) ou tempo de doença no preenchimento das guias da TISS de consulta e solicitação de exames de seguradoras e operadoras de planos de saúde concomitantemente com a identificação do paciente e dá outras providências.

LEIA NA ÍNTEGRA A RESOLUÇÃO CLICANDO SOBRE O TÍTULO DA POSTAGEM.

CONHECER É UMA FORMA DE FAZER VALER SEUS DIREITOS.

LEIA NOTA OFICIAL DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA AOS MÉDICOS E USUÁRIOS DOS PLANOS DE SAÚDE

O Conselho Federal de Medicina divulga nota oficial sobre exigência da Agencia Nacional de Saúde ANS e dos planos de saúde de informar nas solicitações de exames a doença do paciente sob a modalidade de CID ou diagnóstico por extenso.
A Resolução CFM nº 1.819/07 proíbe tal prática.

Clic sobre o título desta postagem e leia na íntegra a nota oficial.

sábado, 9 de junho de 2007

Quando se tem compromisso com sua gente e vontade política.

Cada estado da federação deve, pode e necessita estabelecer uma política estadual para o controle e prevenção das Hepatites Virais, em consonância com o Programa Nacional de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, porém não necessariamente atrelado a este quando se trata de peculiaridades locais ou quando se analisa caso a caso.
Neste particular existem estados brasileiros cujas secretarias de saúde entendendo a necessidade de melhor cuidar da saúde de sua população estabeleceram protocolos estaduais de tratamento e possuem uma política de assistência elaborada para todo o estado. Não apenas para tratar, pois as hepatites exigem esforços e decisões onde o tratamento é apenas um item.
O organismo para tal empreitada é a Coordenação Estadual de Hepatites trabalhando articulada com as coordenações municipais e tendo como órgão consultivo um Comitê Estadual com poderes e liberdade para opinar e em cuja composição estejam representadas as sociedades médicas das especialidades que lidam com as hepatites ( via de regra, Infectologia e Hepatologia), juntamente com outras que se julguem necessárias, como farmaceuticos, enfermeiros, sanitaristas, hemoterapeutas, assistentes socias, vigilancia sanitária, epidemiologia, etc.
Ainda representados devem se encontrar as unidades que lidam com o diagnóstico, como os LACENS, as unidades públicas de referência para tratamento como os hospitais universitários e os hospitais de doenças infecto contagiosas.
A representação das organizações da sociedade civil é prevista através das ONGs que atuam na área e, ao nosso ver caberia a representação das ONGs que trabalham na área de Doenças Sexualmente Transmissíveis e HIV, devido à similitude de problemas e de ações, além das coinfecções(HIV/HCV/HBV) serem uma interface multidisciplinar.
Óbvio que deve ter assento neste comitê outras representações internas à SES, como NUSESP, a coordenadoria das hepatites e o próprio secretário de saúde.
Este Comitê que não é remunerado e nem deve sê-lo, terá que possuir uma mínima infra estrutura, como uma sala de reuniões, um órgão de apoio que sirva como secretaria e seja ponto de convergencia. Um funcionário para secretariar, além de um mínimo material de escritório e guarda de atas, processos etc.
Deve criar um cronograma de trabalho, um calendário pré estabelecido de reuniões e eleger uma coordenação.
Deve estabelecer inicialmente um protocolo para tratamento, nele prevendo os casos excepcionais, as medicações coadjuvantes e prevendo a análise de processos que fogem ao alcance do previsível. Por este ser um gargalo do atual sistema.
Deve centrar suas ações num diagnóstico da situação e num levantamento dos recursos humanos e estruturas que possui o estado. Tarefa fácil por duas razões: já foi realizada pelo comitê que existia e foi dissolvido, já foi apresentada no conselho estadual de saúde.
Como terá que partir do zero, diagnosticar o nada só se resolve planejando o porvir.
O porvir só surgirá com a garantia de que os planejamentos serão em princípio executados.
O cerne das açoes globais, aplicáveis todo o estado, deve basear-se em linhas mestras que envolvem:
  1. Programa de educação continuada para profissionais de saude.
  2. Prevenção em sentido amplo ( educação, campanhas, articulação com a sociedade civil, ONGs, medidas de redução de danos, vigilancia sanitária, articulação inter-institucional, elaboraçào e execução de projetos etc)
  3. Testagem e Aconselhamento
  4. Diagnóstico
  5. Tratamento
Estas ações devem ser simultâneas, pois as necessidades de saúde não deixarão de existir e se avolumar.
Devem ser estabelecidas metas de curto médio e longo prazo.
Devem ser criados mecanismos de avaliação que contemplem indicadores fidedígnos das etapas do processo.
Deve-se corrigir distorções e descobertas no percusso.
Deve-se ter visão de futuro.
Este processo, tal qual a febre amarela, a varíola, a poliomielite é longo, porém gratificante para quem tem compromisso com sua gente.

Waldir Pedrosa Amorim
médico hepatologista
Presidente da ONG Confiantes no Futuro

Um exemplo de Protocolo elaborado por um estado vizinho.

COMO EXEMPLO TRANSCREVEMOS A SEGUIR UM PROTOCOLO DA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO CUJOS DADOS NOS FORAM REPASSADOS NO ANO DE 2005

Publicaremos outros.

I- PRINCÍPIOS GERAIS


AS HEPATITES CRÔNICAS SÃO DOENÇAS, EM GERAL ASSINTOMÁTICAS, DE EVOLUÇÃO VARIÁVEL, POTENCIALMENTE GRAVE, PODENDO LEVAR A CIRROSE DESCOMPENSADA, COM CONSEQUENTE GRANDE CONSUMO DE RECURSOS COM HOSPITALIZAÇÕES, TRATAMENTOS COMPLEXOS, INCLUINDO O TRANSPLANTE DE FÍGADO ALÉM DE PODER LEVAR À MORTE. OS OBJETIVOS DO PRESENTE PROGRAMA É PROPORCIONAR À POPULAÇÃO DE PERNANBUCO: ORIENTAÇÃO ADEQUADA, DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO CORRETA DE CADA CASO E TERAPÊUTICA QUANDO INDICADA EM ACORDO COM O ESTADO ATUAL DE MEDICINA E SEGUINDO OS PRINCÍPIOS FINANCEIROS DE UMA ADEQUADO RELAÇÃO BENEFÍCIO/ CUSTO. II- DIAGNÓSTICO E ORIENTAÇÃO O DIAGNÓSTICO E A ORIENTAÇÃO INICIAIS SERÃO PRESTADOS NOS CTAS (CENTROS DE TESTAGEM E ACOMSELHAMENTO) QUE SERÃO EQUIPADOS COM “KITS” DIAGNÓSTICOS ESPECÍFICOS DESTINADOS AO RECONHECIMENTO DOS CASOS. A PARTIR DESTE RECONHECIMENTO DOS CASOS. OS PORTADORES SERÃO ENCAMINHADOS AOS CENTROS SECUNDÁRIOS DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO E ORIENTAÇÃO TERAPÊUTICA. III- AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA III A-HEPATITE B OS PORTADORES DE HEPATITE B DEVERÃO SER AVALIADOS: 1) AVALIAÇÃO LABORATORIAL GERAL E HEPÁTICA EM PARTICULAR (TRANSMINASES, ETC.); 2) MARCADORES SOROLÓGICOS: HBSAG, HBEAG, ANTIHBC, ANTIHBC IGM, ANTIHBC, ANTIHBS, DE ACORDO COM CADA CASO; 3)DETERMINAÇÃO POR BIOLOGIA MOLECULAR (PCR) DO HBV DNA QUANTITATIVO (CARGA VIRAL) 4) AVALIAÇÃO POR BIOPSIA HEPÁTICA DO ESTÁGIO E DO GRAU DE ATIVIDADE INFLAMATÓRIA DA DOENÇA. III A 1- HEPATITE B HBEAG POSITIVO REPRESENTA A FORMA MAIS FRENQUENTE DA INFECÇÃO PELO VÍRUS DITO “SELVAGEM”. CARACTERIZA-SE PELA PRESENÇA DO HBEAG POSITIVO E A NEGATIVIDADE DE SEU ANTICORPO ANTI-HBE ASSOCIADO A UMA HEPATITE CRÔNICA CARACTERIZADA POR TRANSAMINASES ELEVADAS E UMA BIÓPSIA HEPÁTICA COMPATÍVEL. O OBJETIVO DO SEU TRATAMENTO É A CHAMADA “SEROCONVERSÃO” HBEAG / ANTIHBE ALÉM DE NORMALIZAÇÃO DAS TRASAMINASES E DA QUEDA DA CARGA VIRAL VISANDO À RESOLUÇÃO DA “HEPATITE” NA BIÓPSIA HEPÁTICA (NÃO É NECESSÁRIO REPETIR BIÓPSIA PARA ESTA CONSTATAÇÃO). O TRATAMENTO INDICADO É EM PRIMEIRA LINHA: ALFA INTERFERON 5.000.000 U NA ADMINISTRAÇÃO SUB-CUTÂNEA 6 VEZES POR SEMANA DURANTE 16 A 24 SEMANAS. - CHANCE DE SUCESSO = 30 A 40% - CHANCE DE SEROCONVERSÃO ESPONTÂNEA EM TORNO DE 15%. EXCEÇÕES: PACIENTES CIRRÓTICOS, COM FUNÇÃO HEPÁTICA COMPROMETIDA OU ALGUMA OUTRA CONTRA-INDICAÇÃO ABSOLUTA AO USO DO INTERFERON: DEPRESSÃO GRAVE, DOENÇA AUTOIMUNE, PLAQUETOPENIA ACENTUADO, NEUTROPENIA ACENTUADA, ETC. TRATAMENTO DAS EXCEÇÕES: NESTES CASOS DISPOMOS DOS ANTIVIRAIS (ANÁLOGOS NUCLEOS(T) ÍDEOS): LAMIVUDINA 100 OU 150MG, ADEFOVIR DIPIPOXIL 10MG, ENTECAVIR 0,5 MG, TENOFOVIR 300MG (APROVADO SÓ PARA HIV POSITIVOS). ESTAS DROGAS SÃO ALTAMENTE EFICAZES NO CONTROLE DA REPLICAÇÃO VIRAL, PORÉM O ÍNDICE DE RECIDIVA APÓS SUA SUSPENSÃO É TAMBÉM MUITO ALTO, PODENDO, NUM CERTO SENTIDO SEREM OLHADAS COMO VERDADEIRAS DROGAS “VIRUSTÁSTICAS”. SEU USO ESTÁ INDICADO QUANDO HÁ NECESSIDADE PREMENTE DE CONTROLE DA CARGA VIRAL, TAIS COMO NA DOENÇA AVANÇADA OU MUITO AGRESSIVA, NO PERITRANSPLANTE E PÓS TX A LONGO PRAZO. ESTA CATEGORIA DE DROGAS TEM COMO PRINCIPAL PONTO FRACO O FREQUENTE DESENVOLVIMENTO DE MUTAÇÃO, INDUZINDO RESISTÊNCIA ÀS MESMAS, PARTICULARMENTE NO CASO DA LAMIVUDINA ONDE ESTAS OCORREM EM TORNO DE 25 A 30% NO PRIMEIRO ANO, 40% NO SEGUNDO E > 60% NO TERCEIRO ANO DE USO. MONITORANDO COM TRANSAMINASES E CARGA VIRAL, QUANDO ELEVAÇÃO DAS MESMAS. O USO RACIONAL E CUSTO / EFETIVO DESTAS DROGAS DEVEM SEGUIR OS SEGUINTES CRITÉRIOS: A LAMIVUDINA 100 A 150MG POR DIA DEVE SER A DROGA DE ESCOLHA COMO TRATAMENTO INICIAL PARA PACIENTES NÃO RESPONDEDORES AO INTERFERON OU PARA AQUELES VIRGENS DE TRATAMENTO COM CONTRA-INDICAÇÃO PARA USO DO MESMO, DEVIDO A SUA RAPIDEZ DE AÇÃO E EFICÁCIA NO CONTROLE DE REPLICAÇÃO VIRAL, ALÉM DE SEU BAIXO CUSTO. ADEFOVIR DIPIVOXIL E / OU ENTECAVIR DEVEM SER DISPONIBILIZADOS PARA RESGATE DOS CASOS QUE SE TORNAREM RESISTENTES A LAMIVUDINA, COMO UM PRINCÍPIO GERAL. III A 2 – HEPATITE B ABEAG NEGATIVO (VÍRUS MUTANTE PRÉ-CORE) ESTA É A FORMA MAIS RESISTENTE AO TRATAMENTO. NESTES CASOS É ESSENCIAL A DETERMINAÇÃO DA CARGA VIRAL, POIS O MARCADOR SOROLÓGICO DE REPLICAÇÃO (HBEAG) ESTÁ “DELETADO” PELA MUTAÇÃO. UTILIZA-SE O PONTO DE CORTE DE 10.000 CÓPIAS DO HBV DNA COMO INDICADOR DE REPLICAÇÃO. AS INDICAÇÕES DE TRATAMENTO SEGUEM OS MESMOS PRINCÍPIOS DA INFECÇÃO PELO VÍRUS “SELVAGEM” OU SEJA: A) DETERMINAÇÃO DE REPLICAÇÃO VIRAL ATIVA: CARGA VIRAL> 10.000 CÓPIAS/ ML OU, B) TRANSAMINASES ELEVADAS OU, C) BIÓSPIA HEPÁTICA DEMOSNTRANDO HEPATITE ATIVA E ESTAGIO> II OU, D) EVIDÊNCIA DE DOENÇA EXTRA-HEPÁTICA. DIRETRIZES TERAPÊUTICAS A) NÃO HÁ DIRETRIZES CLARAS QUANTO AO USO DO INTERFERON CONVENCIONAL, PARTICULARMENTE QUANTO À DURAÇÃO DO TRATAMENTO PODENDO ESTE SER PROLONGADO POR 12 A 18 MESES. B) HÁ ESPAÇO PARA O PEG-INTERFERON, PORÉM AINDA NÃO HÁ EVIDÊNCIAS SÓLIDAS PARA SEU USO SISTEMÁTICO. C) O USO DE ANÁLOGOS NÚCLEOS(T) ÍDEOS DEVE SER FEITO COM CRITÉRIO BASEADO NAS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS: 1) LAMIVUDINA-AÇÃO RÁPIDA E POTENTE SOBRE A CARGA VIRAL, PORÉM ALTO RISCO DE MUTAÇÕES DE RESISTÊNCIA E BAIXO CUSTO. 2) ADEFOVIR-AÇÃO LENTO E MENOS POTENTE SOBRE A CARGA VIRAL, PORÉM BAIXO RISCO DE MUTAÇÕES DE RESISTÊNCIA E ALTO CUSTO. 3) ENTECAVIR-AÇÃO RÁPIDA E POTENTE SOBRE A CARGA VIRAL, PORÉM COM BAIXO RISCO DE MUTAÇÕES DE RESISTÊNCIA E ALTO CUSTO. 4) TENOFOVIR-AÇÃO RÁPIDA E POTENTE SOBRE A CARGA VIRAL COM BAIXO RISCO DE MUTAÇÕES DE RESISTÊNCIA E ALTO CUSTO. III B-HEPATITE C A AVALIAÇÃO DA HEPATITE C SEGUE AS SEGUINTES DIRETRIZES: A) INDIVÍDUOS COM FATORES DE RISCO (EX. TRANSFUSÃO ANTERIOR A 1992), CANDIDATOS A DOADOR DE SANGUE OU PROCURA ESPONTÂNEA SERÃO ESCRUNTINADOS NOS BANCOS DE SANGUE OU CTA`S COM TESTE PARA ANTI-HCV POR ELISA DE SEGUNDA OU TERCEIRA GERAÇÃO. B) OS INDIVÍDUOS ANTI-HCV-POSITIVOS SERÃO ENCAMINHADOS AOS CENTROS SECUNDÁRIOS ONDE SOFRERÃO A SEGUINTE AVALIAÇÃO: - HCV-RNA QUANTITATIVO POR PCR +GENOTIPAGEM - BIÓPSIA HEPÁTICA SALVO CONTRA-INDICAÇÕES INTRANSPONÍVEIS OU CASOS EM QUE A INDICAÇÃO DO TRATAMENTO INDEPENDE DA DOENÇA HEPÁTICA, COMO NO CASO DE DOENÇA EXTRA-HEPÁTICA IMPORTANTE. - AS BIÓPSIAS HEPÁTICAS DEVERÃO SER “LIDAS” POR UM PATOLOGISTA TREINADO EM HEPATOLOGIA DE ACORDO COM AS DIRETRIZES DA CLASSIFICAÇÃO DE GAYOTTO E METAVIR EMANADA DAS SOCIEDADES BRASILEIRAS DE HEPATOLOGIA E DE PATOLOGIA. O TRATAMENTO ESTARÁ INDICADO NOS CASOS COM ESTÁGIO II (OU MAIS) SALVO QUANDO E/ OU F2 DEVIDAMENTE JUSTIFICADO PELO MÉDICO PRESCRITOR E APROVADO PELA COMISSÃO DE HEPATITES DA SES. O TRATAMENTO DA HEPATITE C SEGUIRÁ AS SEGUINTES DIRETRIZES A) OS PACIENTES PORTADORES DO GENÓTIPO 2 OU 3 ESTÁGIOS I E II SERÃO TRATADOS POR 24 SEMANAS COM ALFA-INTERFERON 3.000.000 U POR VIA SUB CUTÂNEA 3 VEZES POR SEMANA ASSOCIADO A RIBAVIRINA 500MG 2 VEZES POR DIA. AO TÉRMINO DO TRATAMENTO SERÁ REPETIDO O HCV RNA QUALITATIVO E SE NEGATIVO SERÁ REPETIDO 24 SEMANAS DEPOIS E SENDO NOVAMENTE NEGATIVO O PACIENTE SERÁ CONSIDERADO CURADO. SE POSITIVO O PACIENTE SERÁ RETRATADO COM PEG-INTERFERON TAMBÉM ASSOCIADO A RIBAVIRINA 500MG 2 VEZES POR DIA POR 24 SEMANAS OU 48 SEMANAS PARA OS CASOS DE ESTÁGIO III OU IV NA BIÓPSIA ORIGINAL. B) OS PACIENTES PORTADORES DE GENÓTIPO I DEVERÃO REALIZAR A DETERMINAÇÃO DA CARGA VIRAL (HCV RNA QUANTITATIVO) E TRATADOS COM PEG-INTERFERON ALFA-2A 180MCG OU AKLFA-2B 1,5 MG POR KG DE PESO ASSOCIADO A RIBAVIRINA 1000MG A 1250MG/DIA POR 48 SEMANAS. NOS CASOS F3 E F4, SERÁ UTILIZADO O IFN PEGUILADO MAIS RIBAVIRINA POR 24 SEMANAS. EM CASOS DE NÃO RESPONDEDORES, NÃO SERÁ OFERECIDO O RE-TRATAMENTO. AOS RECIDIVANTES, SERÁ ENCAMINHAMENTO A COMISSÃO DE HEPATITES PARA AVALIAÇÃO. A CARGA VIRAL DEVERÁ SER REPETIDA NA SEMANA 12 DO TRATAMENTO. HAVENDO UMA QUEDA IGUAL OU SUPERIOR A 2 LOGS O TRATAMENTO SERÁ CONTINUADO ATÉ A SEMANA 48 QUANDO DEVERÁ SER REALIZADO O HCV RNA QUALITATIVO. SE NEGATIVO, SERÁ REPETIDO NA SEMANA 72 E SE NEGATIVO NOVAMENTE O PACIENTE SERÁ CONSIDERADO CURADO. SE O TESTE NA SEMANA 12 REVELAR UMA QUEDA INFERIOR A 1 LOG O TRATAMENTO DEVERÁ SER INTERROMPIDO POR SER INEFICAZ. SE A QUEDA FOR MAIOR QUE 1 PORÉM MENOR QUE 2 LOGS O TRATAMENTO PODERÁ CONTINUAR A SEMANA 24 QUANDO SERÁ REALIZADO O HCV RNA QUALITATIVO QUE SE O POSITIVO INDICA A INEFICÁCIA DO TRATAMENTO E PORTANTO A INTERRUPÇÃO DO MESMO. SE NEGATIVO O TRATAMENTO PODERÁ SER ESTENDIDO ATÉ A SEMANA 48 OU ATÉ 72 SEMANAS (MEDIANTE DISCUSSÃO E APROVAÇÃO DA COMISSÃO) POR PODER TRATAR-SE DE UM “RESPONDEDOR LENTO”. NESTES CASOS, NOVO HCV RNA SERÁ REALIZADO NA SEMANA 96 PARA DEFINIÇÃO DA CURA OU NÃO DA DOENÇA. C) DE ACORDO COM OS ESTUDOS INTERNACIONAIS PUBLICADOS OS PEG-INTERFERONS EXISTENTES NO MERCADO, ALFA-2A E ALFA 2B SÃO CONSIDERADOS IDÊNTICOS, NÃO SE RECOMENDADO ENTRETANTO A TROCA DOS MESMOS DURANTE O TRATAMENTO.SEGUINDO ESTE PRINCÍPIO E POR RAZÕES ECONÔMICAS ESTRATIFICAREMOS OS PACIENTES PELO PESO DA SEGUINTE MANEIRA: - PACIENTES COM ATÉ 70 KG SERÃO TRATADOS COM PEG-INTERFERON ALFA-2B 80MCG POR SEMANA ASSOCIADO A RIBAVIRINA 500MG 2 VEZES POR DIA. - PACIENTES ACIMA DE 70 KG SERÃO TRATADOS COM PEG-INTERFERON ALFA-2A 180MCG POR SEMANA ASSOCIADO A RIBAVIRINA 500MG 2 VEZES POR DIA. DEFINIÇÃO DE RESPOSTAS QUANTO ÀS RESPOSTAS TERAPÊUTICAS OS PACIENTES TRATADOS SERÃO ASSIM CLASSIFICADOS: A) RESPONDEDORES-AQUELE QUE APRESENTAR HCV RNA QUALITATIVO NEGATIVO 6 MESES APÓS TÉRMINO DO TRATAMENTO= RESPOSTA VIROLÓGICA SUSTENTADA=CURA. B) RECIDIVANTES-AQUELES QUE APRESENTAREM HCV RNA QUALITATIVO NEGATIVO AO FIM DO TRATAMENTO POÉM VOLTAREM A POSITIVAR APÓS O TÉRMINO. C) NÃO RESPONDEDORES-AQUELES QUE NUNCA NEGATIVAM O HCV RNA DURANTE O TRATAMENTO. RE-TRATAMENTO O RE-TRATAMENTO, BASEADO EM DADOS PUBLICADOS, NA LITERATURA NACIONAL E INTERNACIONAL SERÁ OFERECIDO ÀQUELES PACIENTES COM CHANCE DE RESPOSTA, AO MENOS DE 20%, COM INTERFERON PEGUILADO POR 24 OU 48 SEMANAS DE ACORDO COM O CASO, POR DECISÃO DA COMISSÃO. ESTE TRATAMENTO ERA OFERECIDO AOS PACIENTES REICIDIVANTES OU NÃO RESPONDEDORES AO TRATAMENTO INICIAL COM INTERFERON CONVENCIONAL EM MONOTROPIA OU ASSOCIADO A RIBAVIRINA. OS PACIENTES QUE TIVEREM FALHA AO INTERFERON PEGUILADO+RIBAVIRINA TÊM UMA CHANCE DE RESPOSTA MUITA PEQUENA (<20%)>F3) OU CIRROSE. ESTA DECISÃO FICARÁ A CARGO DA COMISSÃO OBJETIVANDO A INIBIÇÃO DA PROGRESSÃO DA FIBROSE E/OU DESENVOLVIMENTO DE HEPATOCARCINOMA EM CIRRÓTICOS. CADA CASO SERÁ ANALISADO INDIVIDUALMENTE. O USO DA RIBAVIRINA NAS DOSES USUAIS DO TRATAMENTO PODER SER INDICADO EM PACIENTES COM CONTRA-INDICAÇÕES AO USO DO INTERFERON OU AINDA PARA AQUELES QUE NÃO RESPONDERAM OU RECIDIVARAM APÓS FINAL DE TRATAMENTO E QUE NÃO TENHAM INDICAÇÃO DE RE-TRATRAMENTO. TRATAMENTO DA CO-INFECÇÃO HIV-HCV OBSERVA-SE UM NÚMERO CRESCENTE DE PACIENTES CO-INFECTADOS HIV-HCV, PRINCIPALMENTE EM REGIÕES ONDE A FORMA DE CONTAMINAÇÃO SEJA PREDOMINANTEMENTE ATRAVÉS DO USO DE DROGAS ILÍCITAS, SOBRETUDO NAS FORMAS ENDOVENOSAS. NO BRASIL ESTA PREVALÊNCIA VARIA DE 14 A 54%. NÃO HÁ DADOS DISPONÍVEIS AINDA PARA PERNAMBUCO. PELA AGRESSIVIDADE DA DOENÇA HEPÁTICA OBSERVADA NOS PACIENTES HIV-POSITIVOS O TRATAMENTO DO HCV PARECE PREMENTE. OS PRINCIPAIS CRITÉRIOS PARA TRATAMENTO SÃO: A) CONTAGEM TOTAL DE CD4 ENTRE 50 E 500 POR MM3 COM CARGA VIRAL DO HIV<> 500MM3, COM QUALQUER CARGA VIRAL. C) CONFIRMAÇÃO HISTOLÓGICA DE LESÃO HEPÁTICA COMO DE PROVÁVEL ETIOLOGIA VIRAL, DEVENDO DER EXCLUÍDAS OUTRAS CAUSAS, COMO AS HEPATOTOXICIDADES A DROGAS. D) NO QUE CONCERNE AO ESTADIAMNETO OBSERVADO NA BIOPSIA HEPÁTICA COMO INDICADOR DE TRATAMENTO, HÁ CONTROVÉRSIAS SOBRE SE QUALQUER GRAU OU ESTÁGIO DEVERIA SER INDICATIVO DE TRATAMENTO OU APENAS NOS CASOS > OU= A /F1. ESTA DECISÃO DEVERÁ SER INDIVIDUALIZADA. E) O TRATAMENTO DE ESCOLHA SERÁ O INTERFERON PEGUILADO POR 48 SEMANAS INDEPENDENTE DO GENÓTIPO DO VÍRUS DA HEPATITE C, ACRESCIDO DE RIBAVIRINA NAS DOSES HABITUAIS. F) NESTA POPULAÇÃO HÁ RISCO AUMENTADO DE DESENVOLVIMENTO DE EFEITOS COLATERAIS DAS MEDICAÇÕES UTILIZADAS E OS FATORES DE CRESCIMENTO ACIMA RELACIONADOS TEM PREMENTE INDICAÇÃO. G) A REGRA DAS 1 SEMANAS COMO ENUNCIADA ACIMA PODERÁ SER UTILIZADA. H) O ESQUEMA HAART DEVE DER MODIFICADO CASO ESTEJA EM USO A DIDANOSINA OU O DAT, CUJAS INTERÇÕES COM A RIBAVIRINA PODEM SER FATAIS PELO DESENVOLVIMENTO DE ACIDOSE LÁCTICA. NEVIPARINA E EFAVIRENZ, PRINCIPALMENTE O PRIMEIRO, CASO EM USO, RECOMENDAM MONITORAÇÃO DAS ENZIMAS HEPÁTICAS FREQUENTES, POIS PODEM SER EXTREMAMENTE HEPATOTÓXICOS. TRATAMENTO DA INFECÇÃO PELO HCV APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO OS PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO POR CIRROSE SECUNDÁRIA A INFECÇÃO CRÔNICA PELO HCV QUE NÃO CONSEGUIRAM CLAREAR O VÍRUS NO PRÉ-TRANSPLANTE APRESENTARÃO UNIVERSALMENTE VIREMIA NO PERÍODO POS –TRANSPLANTE. A RE-INFECÇÃO HEPÁTICA COM PROGRESSÃO PARA HEPATITE CRÕNICA OCORRE EM 35 A 80% DOS PACIENTES E SUA EVOLUÇÃO PARA CIRROSE É MAIS ACELERADA QUE NOS PACIENTES IMUNOCOMPETENTES. A DESCOMPENSAÇÃO DA CIRROSE NESTES PACIENTES TAMBÉM SE APRESENTA MAIS RÁPIDA E MAIS GRAVE QUANDO COMPARADA COM OS PACIENTES NÃO-TRANSPLANTADOS. DESTA FORMA JULGA-SE DE FUNDAMENTAL IMPORTÃNCIA O TRATAMENTO DA INFECÇÃO PELO HCV NOS TRANSPALNTADOS DE FÍGADO, OBSERVANDO-SE: A) O TRATAMENTO ESTÁ BEM INDICADO EM CASOS DE HEPATITE COLESTÁTICA FIBROSANTE OU NA RECORRÊNCIA AGUDA GRAVE. B) NÃO ESTÁ INDICADO O TRATAMENTO PRÉ-EMPTIVO. C) NÃO ESTÁ INDICADA A REGRA DAS 12 SEMANAS. D) HAVENDO CONFIRMAÇÃO NA BIÓPSIA HEPÁTICA DE LESÃO PELO VÍRUS, INDEPENDENTE DE SUA INTENSIDADE, HÁ INDICAÇÃO DE TRATAMENTO. E) A DROGA DE ESCOLHA É O INTERFERON PEGUILADO EM ASSOCIAÇÃO COM A RIBAVIRINA NAS DOSES HABITUAIS POR UM PERÍODO MÍNIMO DE 48 SEMANAS, PODENDO SER ESTENDIDO ATÉ 72 SEMANAS, A CRITÉRIO DO MÉDICO-ASSISTENTE. F) NESTA POPULAÇÃO HÁ RISCO AUMENTADO DE DESENVOLVIMENTO DE EFEITOS COLATERAIS DAS MEDICAÇÕES UTILIZADAS E OS FATORES DE CRESCIMENTO ACIMA RELACIONADOS TÊM PREMENTE INDICAÇÃO. G) NÃO EXISTE CLARA REECOMENDAÇÃO PARA O USO DE INTERFERON NO TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO DE PACIENTES NÃO-RESPONDEDORES OU RECIDIVANTES NESTA POPULAÇÃO. ESTA DECISÃO FICARÁ A CARGO DA COMISSÃO OBJETIVANDO A INIBIÇÃO DA PROGRESSÃO DA FIBROSE E NECESSIDADE DE RETRANSPLANTE. CADA CASO SERÁ ANALISADO INDIVIDUALMENTE. Fonte: SECRETARIA ESTADUAL DE SAUDE DE PERNAMBUCO COORDENADORIA DE HEPATITES - Comunicação pessoal no ano de 2005

Senador quer proibir as medidas judiciais para medicamentos.

Clic sobre o título e leia a matéria na íntegra.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

NEM PROTOCOLO ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA AS HEPATITES CRÔNICAS NEM COMITÊ ESTADUAL FUNCIONANTE POSSUIMOS NO ESTADO DA PARAÍBA.

- ONDE NÃO HÁ ESTRUTURA ORGANIZADA
- NÃO HÁ ÓRGÃO TÉCNICO REPRESENTATIVO PARA ELABORAR CONDUTAS E ESTRATÉGIAS.
- NÃO HÁ CRITÉRIOS DE CONTROLE DA DOENÇA -


O SECRETÁRIO DE SAÚDE NÃO ACIONA OS MECANISMOS E RECURSOS DE QUE DISPÕE PARA FAZER FUNCIONAR A ESTRUTURA NECESSÁRIA AO FUNCIONAMENTO DA COORDENADORIA DE HEPATITES.

ESTAMOS NO MEIO DO ANO E ATÉ AGORA O COMITÊ ESTADUAL DE HEPATITES NÃO SE REUNIU NEM PARA TOMAR POSSE.

FALTOU RIBAVIRINA PARA OS DOENTES DE HEPATITE C - MESMO SENDO DROGA DE BAIXO CUSTO

FALTOU LAMIVUDINA PARA OS DOENTES DE HEPATITE B - MESMO SENDO DROGA DE BAIXO CUSTO

DOENTES COM RESISTÊNCIA À LAMIVUDINA NÃO SÃO ASSISTIDOS COM DROGA SUBSTITUTIVA DE RESGATE.

NO NUSESP DOENTES SÃO MALTRATADOS, ATENDIDOS COM GROSSERIA E A BUROCRACIA IMPERA.

NÃO HÁ QUEM JULGUE COM COMPETÊNCIA AS SITUAÇÕES ESPECIAIS QUE FOGEM AO PROTOCOLO DO MINISTERIO DA SAÚDE.

NÃO HÁ SERVIÇO REGULARMENTE DESTINADO À REALIZAÇÃO DE BIÓPSIA HEPÁTICA. ( EXIGE-SE BIÓPSIA HEPÁTICA E NÃO SE PROPICIA OS MEIOS DE EXECUTÁ-LA)

NENHUMA CAMPANHA DE PREVENÇÃO OU DE ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO

DESCONTROLE NOS CADASTROS DO NUSESP E PERDAS DE INFORMAÇÃO OBRIGA PACIENTES A REPETIR EXAMES, GASTAR COM TRANSPORTES E ADIAR TRATAMENTO.

É TERRA DE NÍNGUEM PARA OS DOENTES E PARA OS QUE ADOECERÃO DE HEPATITES B & C NO ESTADO DA PARAÍBA.

ATÉ QUANDO SECRETÁRIO GERALDO ALMEIDA?


sábado, 21 de abril de 2007

Dá pra ser feliz... apesar do medo.

As regras não são respeitadas pelos planos de saúde e dificultam na hora de definir o tratamento de doenças.

Ministro, médico e paciente
por Rogério Tuma

O Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os médicos e os hospitais deveriam acordar para um sério problema que freqüentemente vai parar na Justiça: a cobertura dos planos de saúde. Mas as pendências poderiam ser evitadas, caso reinasse o espírito que norteia a verdadeira medicina.É claro que todos nós sabemos dos superlativos gastos da medicina. Mas em um período em que termos como produtividade e lucro se misturam com benemerência, vida e respeito, a responsabilidade de todos nós como médicos e mais ainda como cidadãos é defender o direito à vida e o acesso universal às técnicas que a medicina moderna pode oferecer.É por isso que, em março, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deixou claro na pessoa do ministro Carlos Alberto Menezes que “não parece razoável que se exclua determinada opção terapêutica se a doença está agasalhada no contrato.” E continua: “Isso quer dizer que o plano de saúde pode estabelecer quais doenças estão sendo cobertas, mas não que tipo de tratamento está especificado para a respectiva cura”.Na velocidade em que se evolui o tratamento médico, um dia depois de o consumidor assinar o contrato poderá surgir uma nova opção terapêutica para a doença que, por ventura, o mesmo adquirir. O que fazer então? Muitos de nós, profissionais, fomos treinados no tempo do raio X. O ultra-som, a ressonância, o PET scan são tecnologias novas, que não foram sequer imaginadas quando assinamos nossos contratos com os planos de saúde, nem pelo cliente nem pelo plano. É por isso que existe um reajuste anual na taxa a ser paga. Porém, em geral não existe uma cláusula de inclusão de novas doenças, tratamentos ou tecnologias, que seja favorável ao cliente nesses contratos.Fez muita justiça o STJ ao enxergar isso e deixar clara a correção desse desequilíbrio na relação cliente e fornecedor.O STJ também explicitou que o médico é quem deve escolher o tratamento. “É preciso ficar bem claro que o médico, e não o plano de saúde, é responsável pela orientação terapêutica. Entender de modo diverso põe em risco a vida do consumidor.”Mas como na medicina quase toda solução gera um problema, é preciso ficar claro que um tipo especial de cliente continua desamparado. São os pacientes que possuem doenças novas, cujo tratamento ainda é experimental. Há ainda aqueles cujo tratamento não é mais experimental, mas não consta na relação da Anvisa.Para o último caso, temos um problema claro que nasceu de uma solução publicada em 11 de abril, pelo Journal of American Medical Association (Jama), coordenado pelo dr. Julio Voltarelli, da Escola de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.Um brilhante grupo de cientistas brasileiros acaba de publicar um trabalho que aponta para novo tratamento. Ao que tudo indica, será extremamente eficaz para o diabetes mellitus tipo I. Essa doença é uma das que mais consomem recursos dos sistemas de saúde. Um diabético, durante a sua vida, gasta centenas de milhares de reais com o tratamento e deixa de produzir outras centenas de milhares pelas seqüelas que a doença avançada pode ocasionar.O tratamento proposto, o transplante de medula óssea autóloga, não é experimental. A inovação foi aplicá-lo para uma doença que, recentemente passou a ser considerada auto-imune por uma falha do sistema imunológico do próprio organismo. O corpo passa a atacar a célula do pâncreas que produz a insulina, tornando o indivíduo diabético. Se a técnica do transplante não é experimental, o tratamento do diabetes é?Muito bem, o problema criado é ainda maior se considerarmos ou não o tratamento como experimental. O Ministério da Saúde publicou, em maio de 2006, uma portaria que regulamenta o transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (lê-se transplante de medula óssea). Essa regulamentação faz uma míope lista de indicações ao procedimento que excluiu o uso cada vez mais comum para tratamento de doenças auto-imunes. Uma relação de sugestões de novos usos para o procedimento deverá ser apresentada ao Ministério da Saúde. A previsão é de que a resposta saia em quatro semanas.O que os convênios costumam fazer é utilizar a lista publicada para aprovar ou negar um tratamento. Pecam o Ministério e a Anvisa em não deixar claro que a lista de opções tem fim específico e não poderia ser utilizada dessa maneira. Deveriam deixar isso claro colocando um artigo em todas as portarias para impedir essa manobra. Os convênios fazem isso para negar reembolso, por exemplo, de simples meningites virais, que podem não ser cobertas por um convênio se existir cláusula de que não há cobertura de doenças que necessitam de comunicação obrigatória ao Ministério da Saúde.O outro monstruoso problema é que os hospitais que estão entre a observância da Vigilância Sanitária e o papel de servir as fontes pagadoras acabam dificultando o acesso dos pacientes às novas terapêuticas, provocando uma enxurrada de ações na Justiça, que quase invariavelmente dá ganho de causa ao paciente.Já que o Poder Judiciário avalia o risco de morte em não instituir um tratamento para suas deliberações, e que hoje em dia são poucas as doenças que necessitam internação por motivo outro que não o risco de morte, fica fácil entender que a negativa do hospital é ineficaz. O hospital então, e não o seguro, arca com o prejuízo.Nós, brasileiros, demos um grande passo para a cura de uma doença que aflige o mundo todo. Se esse tratamento der certo, haverá até um crescimento mundial da economia por tornarmos milhões de cidadãos produtivos por mais tempo. Haverá impacto na expectativa de vida e nos índices de qualidade de vida, mas isso só ocorrerá se o Ministério da Saúde conseguir evitar os artifícios que os planos utilizam para culpá-lo por não oferecer uma opção terapêutica.O Ministério da Saúde e a Anvisa precisam se posicionar em relação àqueles que usaram indevidamente as suas portarias e recomendações.Nós, médicos, seja de beira do leito ou administradores, acima de tudo temos de lembrar do nosso compromisso com o paciente e sua família e lutar incansavelmente pela saúde física e mental de quem depende de nós. Jamais podemos esquecer que não só o direito, mas também a responsabilidade de indicar um tratamento, é do médico. Como cidadãos temos de lutar pela universalização dos tratamentos e pelo princípio da igualdade para que todos possam receber o melhor e sem preconceito.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Campanha do dia 14 em Mangabeira Levou Informação e Realizou Testes para Hepatite C na População






Campanha na Praça em frente a Igreja Cristo Rei em Mangabeira ocupou toda a manhã do sábado daquele populoso bairro.


Como previsto, foi bem sucedida a campanha promovida pelo Grupo Confiantes no Futuro, que trabalha com portadores de hepatites e transplantados de fígado. A parceria com a Prefeitura de João Pessoa demonstrou mais uma vez que é possível e importante trabalhar em conjunto ( sociedade civil e poder público) quando se objetiva a educação e a promoção de melhor qualidade de saúde à população.

O lema da campanha foi : Informação é um Santo Remédio para Conter a Hepatite

Como nas anteriores, a população atendeu muito bem ao chamado daqueles que alí se encontravam para orientá-la.

Foram testadas 163 pessoas através de testes rápidos para o Anti-HCV. Além de distribuidos milhares de folhetos explicativos sobre as hepatites, especialmente a Hepatite B e C, assim como uma ação direta de discussão e educação com os voluntários que alí se encontravam.

Cada indivíduo testado recebeu um kit com uma camiseta alusiva à campanha, material informativo, preservativo e um Boletim especialmente preparado pela ONG sobre a campanha.
Estiveram presentes na realizaçào dos testes 2 médicos: Dra. Fátima Duques de Amorim, gastroenterologista e Dr. Pedro Duques de Amorim, gastro-hepatologista, além de técnicos de enfermagem da secretaria de saude municipal.
Os resultados foram encaminhados ao Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do município que funciona no antigo Lactário da Torre na Av. Rui Barbosa. Os resultados estarão disponíveis à partir da terça feira naquele endereço.

terça-feira, 10 de abril de 2007

DIA 14 DE ABRIL O GRUPO CONFIANTES NO FUTURO REALIZA CAMPANHA DE DIVULGAÇÃO DAS HEPATITES NO BAIRRO DE MANGABEIRA

Sábado Dia 14 de Abril Uma Equipe de Médicos, Auxiliares de Enfermagem e Voluntários do Grupo Confiantes no Futuro Estarão Realizando Campanha de Esclarecimento Sobre os Modos de Transmissão das Hepatites no Bairro de Mangabeira.

Numa parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa o Grupo Confiantes no Futuro estará realizando mais uma campanha educativa de esclarecimento à população do Bairro de Mangabeira. Na ocasião serão realizados 150 testes rápidos de diagnóstico de hepatites na população. Estes testes serão efetuados no local da campanha. Será colhida uma gota de sangue da polpa digital de cada pessoa e o teste será efetuado no próprio local da campanha por uma equipe de médicos e auxiliares de enfermagem. Os resultados serão encaminhados à Secretaria de Saude do Município de João Pessoa que divulgará seus resultados pessoalmente no dia 17 de abril (terça feira) no Centro de Testagem e Aconselhamento que funciona no Antigo Lactário da Torre na Avenida Rui Barbosa. Os casos porventura positivos serão encaminhados para exames de confirmação e consulta com médico hepatologista. Se houver confirmação da doença o médico especialista avaliará aqueles que tenham indicação de tratamento e procederá a solicitação de medicamentos para tal, uma vez que este tratamento é gratuito e somente realizado no serviço público.
A Campanha Tem Como Objetivo Principal Conscientizar a População Sobre as Maneiras de Transmissão das Hepatites B e C Para que Possam se Defender Destas Doenças que São Silenciosas.
A maior arma que as pessoas dispõem para evitar e para saber se é portador das Hepatites B e C é entender a doença, como ela se transmite e ter conhecimento das situações em que poderão ter contraido a doença sem saber.
No dia Campanha serão distribuidos panfletos explicativos e os voluntários estarão conversando e explicando tudo isto com a população.
Além disto eles estarão indicando os postos de saude e os Centros de Testagem e Aconselhamento da Rede Pública ( CTA) que poderão ser procurados para consultas médicas.
As Hepatites B e C são doenças provocadas pelos Virus chamados B e C que se alojam no fígado causam inflamação que não é percebida e podem levar complicações sérias como a Cirrose Hepática e ao Câncer de Fígado.
Cada uma é diferente da outra. São portanto duas doenças distintas que podem causar o mesmo dano ao fígado. As duas se transmitem pelo contato com o sangue de pessoas portadoras do vírus. Porém é importante saber como cada uma é mais facilmente transmitida. Existem diferenças que é preciso aprender para não pegar, para não transmitir a outra pessoa e para saber se já passou por uma situação de risco de pegar a doença.
Quem já passou por uma situação de risco de pegar a doença precisa ser testado o quanto antes.
Os testes utilizados nesta Campanha servem para fazer o diagnostico inicial da Hepatite C. Como é impossível fazer o teste em todas as pessoas, nesta campanha será dada preferência a quem se enquadrar em qualquer situação de risco de ter hepatite C. A pessoa com a ajuda de um voluntário preencherá um formulario com algumas perguntas sem que precise se identificar. Se enquadrando numa necessidade de ser testada, será submetida ao teste e só então precisará se identificar para receber o resultado no dia 17 no CTA do Lactário da Torre.
Os Testes e Quem Deverá Ser Testado
Os testes são feitos com uma gota de sangue após ser dada uma picada com agulha na polpa do dedo. Não há perigo de contaminação porque as agulhas e o material usado nos testes são individuais e descartáveis.
Os testes são uma demonstração de que é facil e seguro ser testado para hepatite. As pessoas deverão conversarcom seus familiares e amigos sobre o que aprenderam na campanha para que outros se beneficiem com as informações.
Ao lado voce encontrará respostas para as situações de risco e sobre quem deve ser testado.
Quando Acabarem os 150 Testes desta Campanha Quem Precisava ser Testado e Não Foi Como Fará?
Ao acabar os 150 testes que foram doados para o Grupo Confiantes no Futuro por uma empresa parceira para esta Campanha, as pessoas que desejarem ser testadas serão estimuladas a procurar um serviço médico público gratuito para que possam realizar seu teste e serem orientadas por um profissional da área de saúde.
Só Terá Esta Campanha Para Hepatite? Quando Ocorrerão Outras Campanhas?
Não! O Grupo Confiantes no Futuro realiza várias campanhas durante o ano com a finalidade de lutar para que possamos eliminar se possível as hepatites alertando e ensinando as pessoas como se defenderem e como procurar o tratamento para aqueles que descobrem serem portadores da doença.
Em maio por exemplo, teremos o dia Internacional de Combate às Hepatites e o Grupo fará nova Campanha junto à população de João Pessoa na Orla Marítma de Tambaú (Busto de Tamandaré) e no Centro da Cidade na Lagoa.
O que é o Grupo Confiantes no Futuro?
O Grupo Confiantes no Futuro é uma Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, sem natureza política ou religiosa, que atua na defesa do interesse dos portadores de hepatites e transplantados de Fígado e da população em geral no que diz respeito à cosncientização sobre estas enfermidades.
É formado por pessoas voluntárias, abnegadas, que não ganham dinheiro para realizar este trabalho e que dedicam parte do seu tempo a ajudar outras pessoas e a população a combater as hepatites, por serem estas doenças que tem tratamento, que podem ser evitadas e que quanto mais cedo são descobertas maiores são as chances de cura e menores as chances de complicações como a cirrose , o cancer de fígado e o número de pessoas mortas ou incapacitadas pelas doenças.
Faz parte do grupo portadores de hepatite, ex portadores, familiares de portadores e está aberto a quem quer que queira dedicar parte do seu tempo a este trabalho.
No Grupo há uma reuniào mensal a cada segunda terça feira de cada mes às 19 horas no Auditório Dom Helder Câmara na Rua Silvio Almeida número 620, no bairro Expedicionários.
Nesta reunião se troca ideias, experiencias sobre a doença, se ouve palestras de interesse dos portadores de hepatite e se planeja ações que são coordenadas pela diretoria eleita pelo grupo.
Entre outras coisas se estabelece um clima de apoio mútuo que ajuda a superar a doença.
No andar térreo do mesmo endereço é a sede fixa do Grupo.
Ele desenvolve suas ações através de parcerias com órgãos públicos ou privados, escolas, associações, empresas etc.
Qual a Relação do Grupo com a Prefeitura de João Pessoa?
Como já foi dito o Grupo tem parceiros que fazem doações, tem parceiros que ajudam com o trabalho ou a confecção de materias para as suas atividades, e tem parceiros que possuem interesse comum, que é o de enxergar que alertar a populaçào com o esclarecimento, contimua sendo o melhor remédio para se tratar e erradicar as hepatites.
A Secretaria de Saude da Prefeitura Municipal de João Pessoa tem tido a sensibilidade e enxergado a importância destas ações para a população do município e com esta já é a quarta Campanha que desenvolvemos com a sua parceria.
Qualquer Escola, Empresa, Igreja, Prefeitura, Associação poderá solicitar uma parceria com o Grupo?
Pode e deve. Esta é uma forma eficaz e simples de cuidar da saude da sua comunidade. O Grupo é aberto a qualquer tipo de parceria que tenha como objetivo reduzir o número de casos novos de hepatites em nosso estado.
Nosso endereço e telefone encontram-se neste site.

sábado, 7 de abril de 2007

Comissão da ONG entregou em mãos uma Carta Aberta ao governador Cássio da Cunha Lima, então candidato ao segundo mandato ao governo do estado.

Aguarda-se que o sr. Secretário de Saude Dr. Geraldo Almeida retire do marasmo e do caos a situação das hepatites no estado da Paraíba.

Uma comissão da ONG Confiantes no Futuro de Apoio aos portadores de Hapatites e Transplantados de Fígado entregou na data (30/08/06), uma carta aberta a todos os candidatos ao governo do estado da Paraíba. Nela estavam contidas as principais problemáticas e anseios dos portadores quanto a criação de uma política eficaz para abordar de frente este grave problema que ceifa a vida de muitos no nosso estado. À época o governador eleito Cássio da Cunha Lima se comprometeu a implementar junto à secretaria de saude do seu governo ações efetivas e destinação de verba orçamentária para tal.

( Leia na íntegra a notícia e a documentação fotográfica clicando no título desta postagem)

MAS...



Até o momento o Comitê Estadual de Hepatites, instância estadual que deveria funcionar como órgão técnico-assesor junto à Coordenação Estadual de Hepatites da Secretaria Estadual de Saude sequer foi convocado para uma reunião de posse.
Este Comitê deveria auxiliar a traçar e aplicar uma política para o estado da Paraíba no tocante às hepatites. O problema não abrange unicamente o município de João Pessoa e sim todos os municípios do estado. Este comite junto com a coordenação de Hepatites da Secretária Estadual de Saúde é fundamental para que se trace uma política de Prevenção - Diagnóstico e Tratamento, como determinada pelo Programa Nacional de Hepatites Virais - do Ministério da Saude (PNHV/MS).
O Comitê mesmo sendo tardiamente criado pelo predessessor do atual Secretário, foi extinto e recriado por um ato seu ao assumir o cargo na gestão passada. Sendo reconduzido ao cargo que ocupa neste segundo mandato do governador Cássio, até o momento nào esboçou qualquer interesse em reuní-lo.
A única medida tomada, que nós tenhamos conhecimento, foi a expediçào de inumeras portarias, com uma infinidade de membros, (não há estado brasileiro com um comite tão imenso) , em que pese até o momento sua existencia ser fictícia e não haver saido do papel.

Talvez

Este talvez seja um termômetro de a quantas anda a preocupação com os portadores de hepatite e com aqueles que só saberão ser portadores quando suas doenças encontrarem-se em estado avançado. Quem sabe com cirrose, água na barriga (ascite), vomitando sangue ou com cancer de fígado.


Será que o médico e secretário de saude desconhece os problemas dos doentes do fígado e dos portadores de hepatites?


Certamente não, pois este atuava na área de cirurgia do aparelho digestivo e chegou a atuar na área de transplante hepático, antes de entrar para a política. Não se negue que sempre foi um cirurgião preparado e competente no trato com a saúde individual. Mas presentemente está secretário de saúde de um estado pobre e sem saúde. Há de buscar soluções para a saúde coletiva, pois se espera que seja o princiapl soldado dela no território paraibano!


Dele aguardamos o devido respeito e empenho por estes doentes. Dele esperamos revele maior capacidade que muitos para organizar um trabalho que certamente por seus desafios poderá ultrapassar o tempo de permanência no seu cargo.


Enquanto isto recentemente os portadores de hepatites em tratamento passaram por um lapso de tempo sem medicações. A interrupção delas implica em menores chances de cura e em disperdício do insumo empregado no tratamento. E o que dizer da angústia e desespero de quem está sendo submetido a um tratamento que por sí só é longo e doloroso. As dificuldades para a realização de exames fundamentais ainda permanecem, juntamente com os mesmos dilemas para a realização e leitura das biópsias hepáticas.

O tratamento dispensado aos que buscam medicações no NUSESP é desumano, como já foi denunciado pela imprensa além de comprovado pelo ministério público. As solicitações de recadastramento, re-justificativas para que se consigam as medicações a que se faz juz,a falta de urbanidade junto com o descaso com os mais humildes é absurda.
Quando a ONG Confiantes no Futuro foi redigir a carta aberta aos candidatos, buscou informação junto ao Nusesp quanto ao quantitativo de pacientes tratados e em tratamento no estado das hepatites B e C. A resposta foi que não se tinha registros nem noção.
Até quando persistiremos neste descompasso com problemas do dia a dia mal resolvidos e sem as mínimas ações estratégicas, no nível estadual para fazer face a um problema tão grandioso quanto de termos um país com cerca de mais de 2 milhões de portadores com hepatite por virus B, - e cerca de mais de 4 milhões com o virus C, sabendo que uma parcela ínfima está sendo tratada enquanto uma parcela enorme sequer sabe ser portadora da doença?

É bom lembrar que os que fazem a ONG Confiantes no Futuro foram um dos primeiros a propugnar pela centralização da compra de medicamentos pelo governo federal, como consta da Carta Aberta entregue ao governador Cássio Cunha Lima, enquanto pleiteante ao segundo mandato de governador, assim como aos demais postulantes. Ao governador Cássio solicitamos inclusive que fosse porta-voz desta causa junto ao governo federal através de sua bancada. Advinda a portaria 3227 isto desonerou significativamente o estado e consequentemente a nação, visto que na compra centralizada os custos com estas medicações se reduziram à metade e o estado passou a gastar significativamente menos com as hepatites.

Após a centralização, os medicamentos passaram a ser adquiridos para os estados pelo Ministério da Saude. O estado da Paraíba em conjunto com o de Pernambuco foram os primeiros a receberem os interferons peguilados.

Salientamos que esta ONG se pauta por ações que vizem, a colaboração e o incentivo às causas dos doentes do fígado e a denúncia pública, quando esgotados os meios para que sejam atingidas. Tanto é que no terreno da educação e do esclarecimento à população (entrevistas nos meios de comunicação, palestras e campanhas) merce dos parcos recursos que possuímos, das parcerias que construimos e do trabalho totalmente voluntário, tido o respeito e o reconhecimento do nosso público alvo, nestes mais de quatro anos de ação organizada e mais de tres anos enquanto organização da sociedade civil sem fins lucrativos registrada como tal.
Apesar disto, por razões que nos escapam a análise, por duas vezes sucessivas oficiamos à secretaria estadual de saude para parceria em campanhas de esclarecimentos sobre as hepatites sem que tivéssemos recebido sequer uma negativa por escrito.
Diga-se de passagem que unicamente solicitamos insumos materiais (faixas, cartazes, carro de som) e recuros humanos para as campanhas.
Por princípio não lidamos com valores pecuniários, desde que o nosso trabalho é voluntário. Somente trabalhamos com valores desembolsáveis quando para a execussão de projetos devidamente aprovados, quer pelo setor público ou privado e do qual possamos prestar contas do trabalho e dos resultados

Esperamos do secretário de saude, Dr. Geraldo Almeida, uma resposta prática e eficaz a estes fatos e, uma reflexão sobre a necessidade de traçar uma política séria, firme e contundente no que tange às hepatites. Esperamos a capacidade e vontade política para de uma vez por todas fazer funcionar adequadamente a coordenação estadual de hepatites, e ainda a sabedoria de saber trabalhar em conjunto com o Comitê de Hepatites.
Não haverá de faltar colaboradores e aplausos neste momento. Contudo, se a imensidão do comitê torná-lo moroso e ineficaz, solicitamos que se restitua a sua feição anterior. Porem antes de mais nada é necessário que se torne um comitê real, que saia apenas do papel das portarias que foram distribuidas.

Entendendo os diversos tipos de hepatite



Entendendo os diversos tipos de hepatite (I)


Hepatite é um termo genérico que significa inflamação no fígado, podendo ter várias causas. As hepatites virais podem ser provocadas por vírus que atingem especificamente o fígado, como os vírus A, B, C, D ou Delta, E, F e G. Há também viroses como a mononucleose, varicela, herpes, citomegalovírus, dengue (entre outras) capazes de provocar hepatite, fazendo parte de outro processo. A hepatite A é uma doença aguda, transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados (oral-fecal). Geralmente manifesta-se por icterícia (pele e mucosas amareladas), urina escura, febre, dores no corpo. Raramente é grave e o tratamento é sintomático. Para prevenção, além dos cuidados com a higiene da água e alimentos, existe a vacinação. A transmissão da hepatite B ocorre através do contato direto com sangue contaminado (transfusões, compartilhamento de seringas ou outros instrumentos entre usuários de drogas). Ocorre por via sexual (sêmen) e por outras secreções orgânicas. Há transmissão vertical (da mãe infectada para o recém-nascido). Pode tornar-se crônica, e evoluir para cirrose e câncer de fígado. Para prevenção, evitar o contato direto com sangue, ter relações sexuais com preservativo e vacinar-se. A hepatite C é transmitida pelo sangue contaminado, ou seja, através de transfusões, piercings, compartilhamento de seringas e de canudinhos de aspiração de cocaína por usuários de drogas, de aparelhos de barbear, de escova de dentes; procedimentos com instrumentos contaminados (cirurgias, tratamentos dentários, acupuntura, tatuagens, manicure). Há transmissão perinatal e a transmissão sexual é controversa. Na maioria dos infectados, torna-se crônica, podendo evoluir para a cirrose e o câncer de fígado. A prevenção é evitar contato direto com sangue. Infelizmente não há ainda vacinação contra a hepatite C. É importante saber que, desde 1990, os bancos de sangue passaram a testar os pré-doadores de sangue, e também que as hepatites B e C podem transcorrer sem sintomas. Assim, os transfundidos antes de 1990 ou com algum contato ou comportamento de risco, devem, mesmo assintomáticos, realizar testagem no sangue para saber se foram contaminados e, caso sejam portadores de hepatite B e/ou C, estadiar a doença para saber se devem ser tratados.
Entendendo os diversos tipos de hepatite II
As hepatites virais, abordadas na coluna anterior, têm grande importância, sobretudo as formas crônicas, pois a cirrose hepática pelo vírus da hepatite C é, atualmente, a principal causa de transplante de fígado em adultos, sendo o vírus B também causador de cirrose e câncer de fígado (hepatocarcinoma). Há várias outras causas de inflamação hepática (hepatite) não relacionadas aos vírus. A doença hepática alcoólica é provocada pelo consumo excessivo do etanol. Seus efeitos tóxicos dependem da quantidade e tempo de ingestão. Pode ocorrer hepatite aguda, hepatite crônica, cirrose hepática. A esteatose (depósito de gordura nas células hepáticas) e a esteatohepatite fazem parte do espectro da doença hepática provocada pelo álcool. A cirrose alcoólica também pode evoluir para o câncer de fígado. A doença hepática gordurosa não alcoólica tem causas metabólicas e engloba a esteatose (não alcoólica), a esteatohepatite, que pode também progredir para a cirrose hepática.A hepatite medicamentosa ou tóxica deve-se a agentes agressores (alguns medicamentos, substâncias tóxicas, drogas ilícitas e até ervas medicinais). Compreende desde mínimas alterações nas enzimas hepáticas (ALT, AST, GGT, FA), até insuficiência ou falência hepática aguda, que pode necessitar de transplante hepático. Embora a hepatite tóxica se deva às vezes a reações alérgicas individuais, indivíduos com alguma condição hepática anormal devem ser avaliados antes de usarem certos medicamentos. A hepatite auto-imune é uma inflamação de causa incerta (presume-se que a causa seja auto-imune), tem várias manifestações, acomete mais as mulheres e freqüentemente se torna crônica. Às vezes, é de difícil diagnóstico e associa-se a outras condições que alteram a imunidade. Observa-se, pois, a complexidade do termo hepatite. Em muitas dessas condições não há aqueles sintomas classicamente associados a hepatite (icterícia, urina escura, etc), necessitando de avaliações clínico-laboratoriais mais apuradas ou até mesmo de biópsia hepática para o diagnóstico e tratamento corretos, seja com o objetivo de cura, ou de impedir a progressão para formas mais graves.
Dra. Maria de Fátima Duques de Amorim - Gastroenterologista
CRM 2638

Questões que poderão salvar sua vida.

VEJA ouviu 35 médicos de catorze especialidades sobre um novo tipo de paciente: ele chega ao consultório bem informado sobre a sua saúde.

Revista Veja 14/04/2006

Da internet surgiu um novo tipo de paciente: ele chega ao consultório médico cada vez mais informado sobre sua saúde e os progressos da medicina. Segundo levantamento da consultoria americana Pew Internet & American Life Project, oito de cada dez usuários da rede já recorreram a sites especializados em saúde. No Brasil, estima-se que 10 milhões de pessoas corram para o computador em busca de ajuda para problemas médicos.
LEIA NA ÍNTEGRA ESTA MATÉRIA CLICANDO EM

http://www.confiantesnofuturo.blogspot.com

Íntegra da Carta Aberta aos Candidatos ao Governo do estado da Paraíba na campanha de 2006.

CARTA ABERTA AOS CANDIDATOS AO GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA

Senhor Candidato,

Em nome dos infectados crônicos com as hepatites B e C no Estado da Paraíba, solicitamos informar, de forma pública, qual será seu programa, para enfrentar este angustiante problema de saúde coletiva no nosso estado, caso seja eleito. A ausência de uma política específica tem conduzido apenas a um pequeno contingente de seus portadores a terem o diagnóstico e tratamento destas doenças. No estado da Paraíba, temos cerca de 80 indivíduos em programa de tratamento para a hepatite por vírus C e alguns poucos em tratamento para a hepatite pelo vírus B. Quando de fato sabemos que estes números não expressam a nossa realidade. Isto significa que pessoas humanas, por não terem sido diagnosticadas e tratadas, morrerão destas temíveis doenças. A identificação destas duas hepatites, na maior parte das vezes, tem se dado já nas formas graves e avançadas, sendo elevada a mortalidade. A falta de uma política estadual e nacional de ações preventivas que envolva a vacinação (no caso da hepatite B), campanhas educativas (de divulgação e esclarecimento da população), ações de educação e de vigilância sanitária, destinadas a potenciais elos da cadeia de transmissão da infecção como: profissionais do sexo, manicures, tatuadores, drogadictos, profissionais de saúde (que executam procedimentos pérfuro-cortantes) como: acupunturistas, odontólogos, dermatologistas etc., assim como, a falta de implantação de centros de testagem e de aconselhamento (CTAs) com pessoal capacitado, levam a comunidade a ignorar sua doença ou a se contaminar. A sub-notificação dos casos, inviabiliza o conhecimento da magnitude do problema no nível estadual, impossibilita as ações epidemiológicas, e impede o planejamento das ações de saúde destinadas ao controle eficaz destas nosologias. Isto redunda na ausência de caracterização dos desafios a serem vencidos. No plano nacional impede-nos de ser capazes de reivindicar e propor projetos junto ao Ministério da Saúde. As hepatites crônicas B e C evoluem em cirrose hepática, aumentam o risco e a incidência de câncer do fígado (carcinoma hépato-celular), e de complicações como: hemorragia digestiva, varizes no esôfago e estômago, infecções, coma hepático, desorientação (encefalopatia hepática) barriga dágua (ascite), dentre outras complicações. Estas patologias têm ceifado vidas de cidadãos paraibanos, os tem incapacitado na fase produtiva de suas vidas e até mesmo na infância. Têm absorvido recursos com o tratamento de formas avançadas e graves, aumentado o número de internações hospitalares (de média e alta complexidade) e conduzido seus portadores a morrerem nas filas de transplantes hepáticos ou deles necessitarem. No país como um todo, dos mais de quatro milhões de infectados pela hepatite C, somente seis mil e quinhentos receberam tratamento pelo SUS no ano de 2005. Quanto a hepatite B, dos dois milhões de infectados somente 1.030 foram tratados no mesmo período. Prosseguindo com esta política de tratamento serão necessários mais de mil anos para oferecer tratamento aos atuais infectados. A maioria das contaminações aconteceu nas décadas de 70 e 80. Diante da historia natural da doença, aproximadamente 25% dos infectados desenvolverão cirrose na próxima década. Mais de um milhão e meio de brasileiros deverão perder sua saúde e/ou morrer. Não existe uma abordagem consistente para esta questão que não perpasse por ações simultâneas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Para o diagnóstico se carece na maioria dos casos, além dos exames de rotina, de testes que envolvem: a) biologia molecular que o nosso estado possui os equipamentos, mas não dispõe de kits para sua execução. b) biopsia hepática e exame histopatológico, sempre difíceis de serem conseguidos, por não possuirmos um bom centro de referência para o tratamento das hepatites, faltar agulhas para biópsia e pela escassez de patologistas treinados para este fim. Para o tratamento vive-se em sobressalto com a possibilidade dos medicamentos faltarem, não sendo raros os casos de sua falta ocasional ou duradoura, período em que os portadores interrompem seus tratamentos, com sérias repercussões sobre sua eficácia. Os fornecedores de medicamentos, via de regra não estão sendo ressarcidos, sob a alegação de falta de verbas nos cofres estaduais para a contrapartida de seu financiamento com o Ministério da Saúde. Existem estados brasileiros que estão sem medicamentos. Os preços praticados pelos fornecedores são díspares de estado para estado, ocorrendo em alguns casos pagamento de valores acima dos preços de mercado, com gastos para o erário público além do esperado. Fruto de políticas irresponsáveis com a coisa pública. No caso da hepatite B, apesar de reconhecida a possibilidade de mutação viral (um tipo de resistência do vírus à droga) se dispõe de uma única droga para uso oral, e ainda não se disponibilizou drogas já aprovadas pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que são necessárias para o tratamento deste tipo de situação. Apesar de previsto pela portaria 2080 de 31/10/03 que criou o Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV), só em 15 de setembro de 2005 foi finalmente criado o Comitê Técnico de Acompanhamento Epidemiológico, Prevenção, Controle e Assistência das Hepatites Virais no âmbito do Estado da Paraíba. Embora louvável, a sua tardia, porém concreta constituição, este carece de efetivo apoio, de infra-estrutura e de facilidade em seus canais de comunicação com a secretaria estadual de saúde, com o governo do estado e com os municípios, para que desempenhe plenamente sua função. Necessita-se de um efetivo Programa Estadual de Hepatites Virais (atualmente inexistente) que possa atuar voltado para as nossas peculiaridades estaduais. Para tal é preciso um planejamento orçamentário que garanta a sobrevivência das ações deste programa, caso desejemos enfrentá-lo coerentemente. Entendemos como outras organizações nacionais de portadores de hepatites que: declarar as hepatites uma ação estratégica do governo, conseguindo recursos do Tesouro Nacional, centralizando as compras dos medicamentos e desonerando os estados de qualquer despesa com os insumos, venha a ser uma postura digna e correta a ser implementada. Propugnamos para que os senhores governadores eleitos pelo povo, se comprometam em fazer destas questões, planos de ação a serem incorporados e defendidos com os demais governadores e representantes do poder legislativo de nossa nação. Desejamos, nesta ocasião, expressar a nossa confiança na sensibilidade aos reclamos que aqui emitimos. Estes se endereçam ao enfrentamento de uma grave situação, que necessita ser urgentemente reparada e que exige que os senhores se posicionem sobre quais medidas serão adotadas. Aguardamos vosso posicionamento que será enviado a nossos associados, membros da nossa lista de hepatites, aos mais de 21.000 associados das ONGs congêneres nacionais e a mídia em geral.

João Pessoa 30 de agosto de 2006

Waldir Pedrosa Dias de Amorim

Presidente da ONG Confiantes no Futuro de Apoio a Portadores de Hepatites e Transplantados de Fígado

Os perigos da tatuagem

Jornal O Norte 14/01/2007


Pela proposta da Anvisa que está sendo colocada em consulta pública, tintas e equipamentos vão precisar de registro como produtos de saúde As tatuagens nunca saem da moda e sempre conquistam novos adeptos, com seus traços e cores, símbolos de rebeldia, contestação e sensualidade ou, simplesmente, como um adereço para a pele. Para garantir as condições de higiene, a saúde e a segurança de quem está disposto a fazer tatuagens ou maquiagens definitivas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) colocou em consulta pública uma proposta para regular a fabricação, comercialização e importação dos produtos utilizados nestas técnicas. Pela proposta, tintas e equipamentos para tatuagens e maquiagens permanentes deverão ter registro na Anvisa. A proposta permanecerá em consulta pública até o dia 20 de dezembro. Acessando o site da agência (www.anvisa.gov.br), profissionais de saúde, autoridades, tatuadores, maquiadores e a sociedade em geral poderão opinar sobre o texto. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária espera que as novas regras entrem em vigor até a primeira metade de 2007. A partir daí, fabricantes e importadores terão 180 dias para se adaptarem às mudanças, que virão para complementar e auxiliar o trabalho de fiscalização já desenvolvido pelas vigilâncias estaduais. E MAIS Com o registro do material usado em salões de tatuagens e maquiagens como produtos de saúde, a Anvisa espera aumentar a qualidade desses produtos, o que trará conseqüências positivas para os serviços. Segundo o gerente de Tecnologia de Materiais de Uso em Saúde da Anvisa, Walfredo Calmon, a partir do registro na agência será possível criar um banco de dados sobre os produtos usados nos estúdios, as substâncias utilizadas na fabricação dos pigmentos e quem são seus fabricantes. Com informações mais precisas sobre a fabricação e todas as substâncias contidas nas tintas, o nível do serviço prestado à população deve melhorar, não apenas no que diz respeito à segurança, mas também sobre a eficácia do material, afirma Walfredo Calmon. Pela proposta, as embalagens das tintas deverão não só dizer quais as substâncias contidas, mas, também, o prazo de validade e de uso após a abertura. Condição inadequada para a conservação A falta de condições adequadas de higiene e conservação de equipamentos nestes estúdios pode representar riscos para a saúde dos clientes. Um deles, por exemplo, é o de disseminação de vírus e até contaminação por doenças como aids e hepatites, transmissíveis por agulhas contaminadas. A presença de determinados materiais nas tintas, como o chumbo e alguns tipos de solventes, também oferece riscos, como a possibilidade de surgimento de tumores cancerígenos e de alergias. Queremos impedir que materiais altamente tóxicos e capazes de prejudicar a saúde dos clientes desses estúdios sejam utilizados pelos fabricantes, diz o gerente. Um dos objetivos de propor novas regras para funcionamento dos estúdios de tatuagem e maquiagem em consulta pública é ouvir sugestões dos profissionais da área para melhorar a qualidade e a segurança dos processos. Para o tatuador Rogelio Santiago Paz Netto, de 45 anos, as novas regras podem contribuir para aumentar a segurança dos clientes e diminuir o preconceito que existe em relação à sua profissão, ainda não regulamentada. Todo tatuador deve ter a consciência de que não é apenas um artista; deve ser também um profissional ligado à saúde, afirma. Estado e municípios vão fazer fiscalização A função de fiscalizar os serviços oferecidos por estúdios de tatuagens e maquiagens é dos órgãos de vigilância sanitária estaduais e municipais. Os estabelecimentos que não se enquadram nas regras são multados e perdem o alvará de funcionamento. A primeira medida recomendada aos interessados em fazer tatuagem e maquiagem definitiva é procurar saber se o estabelecimento possui alvará e se está registrado junto à Anvisa, aconselha Maria das Graças. Quem pretende fazer uma tatuagem precisa verificar principalmente as condições de higiene do estúdio. O ambiente tem de ser limpo, bem ventilado e livre de contaminações externas. É imprescindível que o profissional use luvas descartáveis, óculos ou máscaras de proteção. As agulhas também devem ser descartáveis para evitar o contágio de doenças como a aids e as hepatites. O ideal é que o tatuador abra a embalagem das agulhas na frente do cliente, para mostrar que o material está em ordem, afirma a gerente de Fiscalização da Vigilância Sanitária. Regras para quem faz maquiagem Para as pessoas que querem fazer maquiagem definitiva, as regras são semelhantes. No entanto, é importante verificar se o profissional possui um certificado que comprove sua qualificação técnica. Também se recomenda verificar se são de cores claras as roupas do profissional, por questões de higiene, e as condições do local onde será feita a maquiagem. Os órgãos de vigilância sanitária desaconselham as pessoas a fazerem tatuagens com ambulantes, nas ruas, o que é muito comum nas grandes cidades brasileiras. Nas ruas, não há segurança para atestar a qualidade do material usado, as condições de saúde e higiene para esta prática não são as ideais e, caso haja algum problema, será mais difícil identificar e responsabilizar o tatuador. Esses órgãos também alertam que menores de idade só podem fazer tatuagens se estiverem acompanhados dos pais ou responsáveis. SERVIÇO O texto das novas regras foi publicado no site da Anvisa para ser consultado por profissionais da área e toda a sociedade interessada. Todos podem enviar sugestões para o site www.anvisa.gov.br até o dia 20 de dezembro ou para o seguinte endereço: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gerência-Geral de Tecnologia de Produtos para Saúde, SEPN 515, Bloco B, Ed. Ômega, Asa Norte, CEP 70.770-502 Brasília 150 DF. Também podem ser enviadas pelo fax (061) 3448-1058 ou por e-mail para tecnologia.produtos@anvisa.gov.br.

O PAPEL DOS GRUPOS DE APOIO - UMA HISTÓRIA PESSOAL

"Os portadores de patologias que se reúnem em associações de apoio aprendem a lidar melhor com suas doenças, a trocar experiências e, de quebra, ainda exercitam a cidadania."

A vida de Neto começou a dar uma guinada, quando precisou procurar um médico hepatologista no ambulatório do Hospital Universitário em João Pessoa e lhe foi dado o diagnóstico de uma cirrose hepática pelo virus da hepatite C (HCV). Confirmado que era portador do vírus, o médico desconfiara que havia algo mais e no desenrolar de sua investigação, solicitou-lhe uma tomografia computadorizada do abdome superior, juntamente com um exame de sangue chamado alfa feto proteina. A alfa feto proteina estava muito elevada e a tomografia revelava que era portador de um Carcinoma Hepatocelular, (um tumor maligno primário do fígado) localizado em um dos segmentos hepáticos. Indicado pelo seu clínico para ser submetido a uma arteriografia e a uma possível remoção dos segmentos acometidos, encontrou dificuldades em realizá-las em sua cidade. Este o encaminhou a um serviço que realizava transplante em um estado vizinho. Internou-se pelo SUS num hospital de referência e imediatamente foi submetido a arteriografia e posterior remoção de três segmentos do seu fígado. Em menos de 1 mês retornou ao médico que o acompanhara em João Pessoa trazendo consigo um relatório detalhado do serviço que o operara. Felizmente, conta ele, não necessitara de quimioterapia ou de transplante de fígado naquele momento.
Contudo, uma nova barreira surgira no seu caminho: o hepatologista prescrevera-lhe Interferon Peguilado e Ribavirina (medicações usadas no tratamento da hepatite C) agora, com a finalidade de eliminar o vírus que portava e que continuaria a lhe ameaçar de fazer avançar sua cirrose e de aumentar as suas chances de ter um novo carcinoma hepatocelular. Encaminhado ao Núcleo de Medicamentos Excepcionais da Secretaria Estadual de Saúde ( Nusesp) do seu estado, estes não quiseram fornecer-lhe a medicação, embora tivesse a prescrição médica com a justificativa de que deveria usá-la. Orientado a buscar auxílio da curadoria de saúde, esta solicitou a presença dos responsáveis pelo Nusesp e convidou o seu medico a comparecer à mesma reunião onde este assunto seria tratado. O Nusesp, que não dispunha de especialistas na área, mantinha sua posição baseada em que um portador de cancer não poderia ser incluido para o tratamento com aquelas medicações. O medico explicou que este conceito até poderia se aplicar a portadores de cancer de outras localizações, mas não a um caso em que o tratamento contra um vírus relacionado ao cancer havia sido instituido por ele como especialista. Neste caso significava uma complementação de tratamento ao proprio cancer de figado.
O sr. Neto havia sido submetido a transfusão de sangue antes de 1993, em decorrência de um acidente automobilístico que sofrera. Nesta transfusão adquiriu o virus da hepatite C (HCV) e embora permanecesse sem sintomas por longos anos, desenvolveu sem saber uma cirrose hepatica e um câncer de fígado. O curador com o entendimento do seu caso oficiou para que o Nesesp lhe dispensasse a medicação.
Apesar disto este ainda encontrou algumas dificuldades quanto à falta de medicamentos junto ao poder público. - Mas não esmoreceu, juntou-se ao grupo de Apoio que estava se formando e nele continuou a lutar não só pelos seus direitos mas também pelo de vários outros portadores que se encontravam necessitando dos medicamentos.
Ao lado disto se empenhou em organizar e trabalhar mais e mais pela ONG Confiantes no Futuro que ajudara a criar. Ao fim do seu tratamento teve a grata surpresa de haver negativado completamente o virus e assim foi confirmado nos anos subsequentes.
O seu cuidado atual é de submeter-se periodicamente a exame de ultrassonografia do fígado e às vezes de tomografia, bem como à determinação da alfa feto proteina que são socicitados pelo seu médico. Vários anos se passaram sem que sua doença tenha recrudescido.
Mas ele que é um dos principais entusiastas do grupo de apoio confirma que a existencia deste o fez aprender a lidar melhor com suas doença, a trocar experiências e, de quebra, ainda a aprender a exercitar a cidadania.
O Grupo de Apoio nos faz enxergar que não estamos sozinhos, não somos os únicos, que devemos lutar pelos nossos direitos.
O Grupo de Apoio nos torna menos ingênuos em relação às falsas promessas de tratamento ou às insinuações de que temos de nos contentar em conviver com a doença.
O Grupo de Apoio nos torna mais conscientes e mais críticos quanto às melhores condutas a serem adotadas pelos profissionais de saude. No caso das hepatites, muitos foram os que se tornaram cirróticos por que um profissional não exclarecido indicou apenas a observação, ao invés de haver iniciado o tratamento.
O Grupo de Apoio nos ensina a romper o preconceito, a reduzir os riscos relacionados à transmissão das doenças, anos proteger de medicações sem efeito benéfico algum, ou daquelas que nos causam dano.
O grupo de apoio nos faz solidários e mais humanos com os outros. E por incrível que pareça, assim passamos a valorizar mais a nós mesmos e ao nosso corpo.
Em grupo adotamos uma ação proativa, sabendo melhor o que temos e aprendendo a melhor controlar a doença.